Com as chuvas ocorridas no último final de semana, e a proximidade do início da semeadura da soja, um ponto importante para o sucesso da mesma é o controle das plantas daninhas que infestam as diversas áreas. Estas podem provocar perdas significativas, que variam em função do tempo em que a cultura fica sujeita ao mato-competição. As Plantas Daninhas tende a crescer onde não é desejada competindo por água, nutrientes e espaço.
Na região se encontram espécies resistentes ao Glifosato, entre elas a Buva e o Capim-Amargoso, com ampla disseminação, além de outras de difícil controle como a trapoeraba, capim Andropogon e o capim pé-de-galinha. Muitas áreas também apresentam uma diversidade de culturas de cobertura como braquiárias, crotalarias, entre outras. O manejo destas é de grande importância haja vista que em alguns trabalhos realizados pela Fundação Chapadão, quando mal manejadas podem levar a perdas na produtividade de até 48%.
Antes de definir qual a estratégia a se utilizar é importante que o técnico faça o reconhecimento das plantas daninhas, de fatores como tipo de solo, teor de matéria orgânica, cultura em sucessão, além de conhecer os aspectos técnicos dos herbicidas, o que proporcionará uma escolha adequada do que utilizar.
Nesta amostragem o técnico ou o produtor pode observar se existe a presença de determinadas pragas, que porventura possam a comprometer a cultura, como lagartas. Estas podem levar a diminuição do estande e consequentemente na produtividade.
Após esta amostragem uma boa analise das condições de estresses das plantas, densidade, espécies, tempo de dessecação e semeadura, além dos herbicidas dispostos. Para altas produtividades e garantir o potencial produtivo, um dos aspectos importantes é levar a soja na “dianteira competitiva”.
Com o advento das plantas daninhas de difícil controle, alguns herbicidas se apresentam fundamentais para o manejo, como moléculas de 2,4 D; Saflufenacil; Clorimuron; Imazetapyr; Flumioxazin; Paraquat; Clethodim e Glufosinato de Amônio.
Os adjuvantes específicos para cada condição de planta daninha não podem ser esquecidos, sendo muito necessário em alguns casos, como Capim-amargoso e o Capim-Andropogon, o aumento dos mesmos, em relação ao usualmente usado regionalmente.
Com o atraso na distribuição do calcário em algumas áreas, deve se observar se o mesmo ainda não está depositado nas folhas, haja vista que estes casos podem diminuir as eficiências dos herbicidas.
Estratégias em aplicações sequenciais tem se observado os melhores resultados, quando comparado a aplicações únicas de diversos herbicidas. Este planejamento pode ajudar a manejar melhor as plantas daninhas. Uma boa dessecação dá condições para uma boa semeadura, pois eliminará a biomassa verde produzida pelas culturas de cobertura, plantas daninhas, favorecendo a emergência e desenvolvimento inicial da cultura.
Herbicidas residuais como Diclosulan, Clomazone, Imazetapyr, Flumioxazin, S-Metalacloro e mesmo “a velha Trifluralina” tem espaço dentro do manejo, podendo levar a soja a menos aplicações de Glifosato no sistema, ou mesmo menor competição inicial, com a sementeira que porventura venha sair após a implantação da cultura.
Trabalhos da Fundação Chapadão tem se verificado que estes herbicidas levam a redução na competição após os 10 dias da emergência, com incrementos na produtividade na ordem de 5 a 10%, comparado ao tratamento tradicional realizado por alguns produtores.
Existem certos períodos em que a cultura sofre uma maior interferência, diminuindo desta forma a produtividade. Vários trabalhos podem ser encontrados na nossa literatura onde têm se observado que é dependente da quantidade de plantas daninhas encontradas no local; da espécie, se uma gramínea ou folha larga além de fatores como clima, cultivar, espaçamento e densidade de semeadura da cultura.
Apesar das chuvas a eficiência do manejo pode ser comprometida senão observado as condições para a aplicação. Entre os fatores de destaque: a umidade relativa acima de 50%, ventos de até 8 km.h-1 e temperaturas amenas, podem evitar os processos de perdas dos produtos no ambiente. Além de se obter melhores eficiências, evitamos riscos de toxicidade ao homem, culturas vizinhas e ao meio ambiente.
Nas últimas safras, pode-se observar o aumento do Capim-Andropogon, sendo considerada por muitos pesquisadores como uma espécie de difícil controle, apresentando tolerâncias ao herbicidas Glifosato, ou mesmo necessitando de doses maiores, ou mesmo a associação de outras estratégias de controle.
Em Chapadão do Céu (GO), observou-se que os herbicidas residuais promoveram uma diminuição na emergência desta espécie. Outros herbicidas com ação de contato e sistêmicos promoveram com controle por ocasião da entressafra. Os trabalhos continuam a fim de estudar todas as ferramentas em condições úmidas. O manejo da beira dos carreadores e das rodovias pode ajudar a evitar que esta espécie venha a colonizar todo o talhão.
Os pesquisadores e técnicos da Fundação Chapadão estão à disposição para o planejamento e manejo das plantas daninhas. O telefone para contato é 67.3562-2032.
Capim Andropogon – região Chapadão do Céu
Detalhe de Andropogon
Planta de capim-amargoso em trabalhos da Fundação Chapadão
Lavoura de soja com escape de buva.
Fonte: Equipe Pragas e Plantas Daninhas – Fundação Chapadão.
www.fundacaochapadao.com.br – germison@fundacaochapadao.com.br – (67)3562-2032.