Lucas ganhou o 1º colo da mãe, após mobilizar mais de 200 doadores de sangue

De um hospital para outro. De paciente para mãe. Lucas ganhou o colo de Beatriz pela primeira vez 17 dias depois de nascer. Na última sexta-feira, a médica que despertou carinho e solidariedade ao precisar de doação de sangue, teve alta e foi ver o pequeno. Lucas é o primeiro filho dela e do marido Benedito.

A fotografia foi uma selfie tirada nesse final de semana. O registro não é do primeiro colo, porque logo na sexta, os pais entraram na UTI da Maternidade Cândido Mariano, onde o bebê está internado, mas os celulares ficaram para fora. Por exigências do hospital, a emoção está restrita apenas à memória do pai.

“Levei ela para ver o bebê na sexta-feira à noite, foi o primeiro contato”, descreve Benedito Oliveira Neto. Médico psiquiatra, foi ele quem encabeçou a campanha nas redes sociais por doação de sangue. Beatriz teve eclampsia na gravidez e hemorragia depois do parto.

“Na hora que ela viu, ficou bem emocionada. Chorou e as técnicas de Enfermagem colocaram ele nos braços dela. Ela ficou um pouquinho com ele”, narra o pai. Lucas está internadinho, mas evoluindo bem. O bebê nasceu prematuro, de 30 semanas e precisa ganhar peso para então deixar a UTI. A mãe ainda está fraca e um pouco debilitada, mas progredindo dentro do normal.

As doações de sangue bateram recorde. Em dois dias, foram mais de 200 doações de sangue direcionadas à mãe no Hemosul. “Foi muita gente. Eu não esperava uma comoção tão grande. Fiquei muito surpreso e ao mesmo tempo feliz de ver o tanto que ela é bem quista, tanto por quem conhece e até por pessoas que não conheciam, mas se comoveram com a história”, conta Benedito.

A história que emocionou a cidade começa ter a proporção compreendida por Beatriz. “Eu fui relatando para ela o tamanho da repercussão e ela foi vendo as ligações, as mensagens e aos poucos ela foi tendo uma noção do que aconteceu”, explica Benedito.

Ao longo de toda essa comoção, o pai fez um texto de agradecimento a todos que ajudaram.

“Foram dias difíceis, mas agosto se foi… E com ele qualquer pensamento negativo ou medo de sofrer mais… Setembro chegou me aliviando a alma, trazendo conforto ao que ainda me resta e aumentando minha fé e esperança de dias melhores e intensos… Muito grato a todos por tanta generosidade, nobreza nos gestos e calor no coração! As orações nos deram força, nos reergueram e hoje estamos evoluindo e sendo abençoados por Deus! Muito obrigado a todos por tudo! Meu pedaço que faltava está sendo reconstruído!”

Lucas ainda não tem previsão de alta, porque tudo depende da evolução do bebê. O “breve” que a família tanto espera pode levar uma até três semanas. “Ele sai da UTI para a unidade intermediária para aprender a mamar e ficar um pouco independente, para depois poder vir para casa”, relata o pai.

 

 

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