Vendedor de abacaxi sofre acidente na MS 135 em Costa Rica

Por volta das 6 horas  da manhã de quinta-feira (30), uma caminhonete D-20 caiu dentro do buraco de uma das caixas contenção abertas às margens da rodovia MS-135, via de acesso à BR-359, na zona rural de Costa Rica. O acidente expõe o risco vivido diariamente pelos motoristas que trafegam pela região. Há vários dias a redação do Jornal MS Todo Dia tem recebido reclamações por parte de produtores rurais que passam pelo local, alertando sobre o perigo.

A caminhonete envolvida no acidente era conduzida pelo jovem Kaynan Oliveira Santos, de 23 anos. O rapaz conta que havia passado a noite em Alcinópolis e na quinta pela manhã seguiu viagem para Costa Rica, juntamente com dois ajudantes, um adolescente de 17 anos e um homem de 28 anos. Eles iriam vender cerca de 180 abacaxis que restavam antes de voltarem para Frutal, Minas Gerais, onde residem. No entanto, o acidente os atrapalhou.

Kaynan detalhou que logo depois de sair de BR-359 e entrar na MS-135, que não é asfaltada, percebeu que a via estava repleta de buracos e com bastante desníveis – trecho 21 quilômetros antes de chegar em Costa Rica. Por este motivo, trafegava em velocidade adequada no entanto, isso não foi suficiente. “Eu passei em um buraco e a bandeja estourou. A caminhonete ficou desgovernada e quando vi, já estava dentro do buraco”, disse o rapaz, lembrando que, por sorte, não se feriu com gravidade. “Eu bati o peito e os ajudantes tiverem corte na testa e sobrancelha”.

A bandeja é um componente da suspensão que tem como principal função ancorar a roda ao chassi ou monobloco do veículo. Por este motivo, Kaynan alegou que, caso não houvesse o buraco, teria parado no pasto e os prejuízos seriam menores. “Eu teria prejuízo só deste reparo, mas agora vou ter que gastar com muita coisa”, afirmou ele, reclamando da falta de sinalização. “Não tinha nenhuma placa no local informando sobre o perigo. Além disso eu soube que ali perto um homem morreu em outro acidente esses dias atrás”, completou.

O prejuízo dele será superior a R$ 3 mil. “Estourou toda a lataria, o chassi e o capô. Não faço ideia de quanto vai custar, mas sei que não vai ser barato. Deveriam ter melhor sinalização”, disse o rapaz que foi atendido pela empresa de Guincho JK de Costa Rica. Ele garantiu ainda que pretende entrar com um processo contra o Estado, já que a caixa de contenção foi aberta pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul).

Agesul

Por sua vez, quando procurada pela reportagem do MS Todo Dia, a Agesul explicou que as caixas de contenção foram abertas para reter água da chuva. Ou seja, a areia retirada foi colocada sobre a pista aumentando o nível para que a água não se acumule na pista de rolamento e provoque erosões. Ainda segundo a Agesul, tais caixas são fundamentais para manutenção da pista em rodovias não pavimentadas. “Com as caixas, conseguimos conter as águas pluviais, vindas da pista e dos pastos, evitando erosões na faixa de domínio”.

As caixas ficam na faixa de domínio e a pista tem aproximadamente 9 metros de largura, o que segundo a Agesul permite bastante espaço para tráfego. “A MS-135 está em ótimas condições de tráfego, toda cascalhada e regularizada. Infelizmente alguns usuários andam em velocidade excessiva. Como a região atende produção de usina de álcool, o tráfego de caminhão pesado é intenso, aumentado risco de acidente”, concluiu a Agesul na nota.

Fonte: MS Todo Dia