Há cerca de 30 anos, os produtores passaram a cultivar uma segunda safra de milho, durante o inverno, e recebeu este nome pois se tratava de áreas de pequenas proporções. Com a adoção de tecnologias e devido ao clima propício, Mato Grosso do Sul atingiu na safra 2014/15 o recorde de produção, de 9 milhões de toneladas, e produtividade de 88 sacas por hectares, garantindo ao Estado uma Super Safra. Os dados foram apresentados no último levantamento do Siga/MS – Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio, ferramenta de monitoramento da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja e Milho de MS, nesta sexta-feira (04).
Na primeira quinzena de março, início da semeadura do safrinha no Estado, a entidade estimava produzir 8,3 milhões de toneladas do grão, número que foi superado em 8,4%. Durante a colheita da cultura, técnicos da Aprosoja/MS percorreram mais de 1,5 mil hectares, área que corresponde a 92% do total destinado ao milho safrinha, que nesta safra cresceu 5% e marca 1,7 mil hectares. Cerca de 30% do grão foi plantado depois do dia 10 de março, ou seja, fora da janela ideal para que as lavouras não sintam os efeitos das geadas no Estado.
Já para a produtividade, se comparada com o ciclo anterior, quando foram registradas 85 sacas por hectare, o crescimento foi de 3,5%. Entre os municípios com maior média ponderada, cálculo que considera o plantio feito fora e dentro do período de Zoneamento Agroclimático, em primeiro lugar aparece São Gabriel do Oeste (103,7 sacas por hectare), Costa Rica (100,6 sacas), Alcinópolis (100,5 sacas) e Amambai (95,1 sacas).
“Trabalhávamos com a permanência da produção de grãos da safra anterior com possibilidade de alcançar 8,5 milhões de toneladas, mas acreditávamos no potencial para o ciclo e o clima ficou do nosso lado, ajudando tanto no plantio, com chuvas regradas, quanto a colheita, com a estiagem”, lembrou o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto.
Além do clima outro fator pode ter contribuído para a Super Safra, é o Sistema de Plantio Direto. O método consiste em manter na superfície a palha e os demais restos vegetais de outras culturas, o que garante cobertura e proteção do solo. Cerca de 85% das lavouras visitadas utilizam este tipo de manejo. A técnica aumenta a retenção de água no solo, enriquece a terra com material orgânico, que são características que influenciam diretamente no desenvolvimento do vegetal, além de diminuir custos de produção.
“O Siga se aperfeiçoa e consolida a cada safra, como fonte de pesquisa de dados e informações empíricas, servindo de base para estudos realizados por instituições diversas, confirmando a qualidade do projeto, respaldando a sua renovação a cada ano”, complementa Bortolotto.