Com o desafio de buscar recursos da ordem de R$ 1 bilhão, o governador Marconi Perillo (PSDB) lançou ontem o programa Estadual de Inovação e Tecnologia (Inova Goiás), numa área que, historicamente no Estado, sempre teve verbas limitadas para a execução de suas ações.
O próprio governo federal cortou cerca de R$ 2 bilhões do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o que coloca o Brasil na 42ª posição no ranking de inovação tecnológica, de acordo com a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), numa lista de 48 nações desenvolvidas e emergentes.
Já Goiás, com esse volume de recursos, deixará a 14º posição para se colocar entre os primeiros estados que mais investem em plataformas de modernização tecnológica. A meta de aumentar a competitividade dos produtos goianos até 2018, último ano do governo de Marconi.
Ao abrir o seu discurso, em ato que aconteceu no Centro Cultural Oscar Niemeyer, o governador deu boas-vindas aos representantes de três ministérios – Ciência, Tecnologia e Inovação; de Comunicação e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Quero dar as boas-vindas aos senhores e agradecer imensamente ao governo federal por acreditar nesse projeto, através destes ministérios”, frisou.
Governo federal
Marconi citou o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) como um possível aliado a ser convencido a colaborar com o projeto, como uma das fontes de recursos, e ainda o Sebrae, fundos vinculados às secretarias estaduais e o setor privado.
Ele reforçou posição do vice-governador José Eliton (PP), de que o projeto não vai gerar despesas e que nem resultará em redução de receita nas pastas estaduais.
Em seu discurso, o governador comentou sobre a crise financeira que Goiás vive, assim como o país e mundo, e que por conta dessa realidade, fez um forte ajuste nos gastos do governo, visando equilibrar receita e despesas.
Governador afirma que medidas são necessárias
O governador Marconi Perillo (PSDB) disse reconhecer que não são medidas simpáticas, mas necessária, “sob pena de comprometer outros projetos que temos em áreas estratégias. Essa é a parte mais difícil”, disse. “Agora é olhar para a frente”, frisou, destacando o Inova Goiás como uma proposta ousada, e que foi incluída no Plano Plurianual, cujo projeto já está tramitando na Assembleia Legislativa.
“Este holofote em relação ao futuro, que a gente começa a acender hoje, é realmente um lenitivo neste mar de desesperança, de dificuldades, de crises que assola o Brasil e o mundo. E também Goiás, que não é uma ilha isolada. Estamos colocando nossa criatividade para funcionar para que esses recursos possam chegar a seus objetivos e suprir as necessidades e as demandas de cada um desses projetos anunciados aqui hoje. Estou seguro que é um programa ‘pé no chão’ para os próximos três anos”, aposta.
Ao destacar que a marca de seu governo é a ousadia, a criatividade, a determinação, o trabalho incansável para materializar sonhos e transformá-los em realidade, Marconi disse acreditar que o projeto vai aumentar a competitividade do Estado de Goiás, por meio da inovação e da tecnologia. O objetivo, portanto, é buscar incluir Goiás entre os estados mais competitivos do país.
Conselho Consultivo
Irão compor o Conselho Superior de Inovação do Estado de Goiás Cristiano Roriz Câmara, presidente do Grupo Jaime Câmara; Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e senador da República; Jorge Gerdau, empresário e presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau; José Eliton, vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico; Milton de Abreu Campanário, economista e membro do Conselho Científico do Núcleo de Política e Gestão da Tecnologia (PGT) da Universidade de São Paulo (USP); Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador e coordenador da Agência USP de Inovação; Maria Zaíra Turchi, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e vice-presidente do Conselho Nacional de Fundações (Confap); Wolmir Therezio Amado, reitor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-GO); Orlando Afonso Valle do Amaral, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG); e Haroldo Reimer, reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG).
Fonte: O Hoje