Uma jovem de 21 anos procurou a Delegacia de Polícia Civil de Chapadão do Sul para denunciar ter sofrido injúrias raciais por parte da proprietária da loja onde ela trabalha, no centro da cidade. A vítima alega ter sido chamada de “Isaurinha” por ser negra, em referência à escrava Isaura, e que foi ameaçada de receber chibatadas caso não atentada às expectativas da chefia, assim como na época da escravidão.
Conforme o boletim de ocorrência, a jovem relatou que trabalha no local há três meses. Logo na primeira semana, a proprietária disse em tom racista, de forma agressiva, que ela estava fazendo “serviço de preto”. Ela tentou se defender, alegando que havia se ofendido e que a chefe não tinha o direito de lhe tratar desta forma. A mulher teria respondido ironicamente não ter percebido que a vítima era “preta”.
Recentemente, na frente de colegas e clientes, a empresária disse que se a vítima não vendesse o suficiente, seria amarrada em um tronco aos fundos do estabelecimento e iria apanhar de chicote (chibatadas). Abalada, a jovem argumentou à polícia que não tem mais condições de voltar ao local de trabalho pois, além da injúria racial, a mulher promove assédio moral dizendo que funcionário só serve para obedecer.