Mato Grosso do Sul deve produzir 49,320 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2018/2019, o que vai representar um incremento de 5,1% frente as 46,940 milhões de toneladas da temporada anterior, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (21), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Conab aponta esse crescimento vai ocorrer mesmo com uma redução de 0,2% na área de colheita, que vai recuar de 666 mil hectares para 664,7 mil hectares e atribui o resultado ao aumento na produtividade, que vai passar de 70.480 quilos por hectare para 74.202 quilos por hectare, uma alta de 5,3%.
A empresa pública federal destaca que em virtude do tempo seco durante o outono e os dois primeiros meses do inverno a colheita está sendo realizada em ritmo constante e acelerado. Ressalta ainda que essas condições climáticas favorecem as operações, além de incrementarem os teores de sacarose da cana. A estimativa para agosto é de 52% das lavouras colhidas no estado.
Em relação ao processamento das 19 usinas sucroenergéticas em operação no estado neste ciclo, a Conab aponta que elvas vão ampliar em 11,2% a produção de açúcar que deve passar das 1,419 milhão de toneladas para 1,658 milhão de toneladas.
A companhia ressalta, entretanto, que os preços no mercado internacional estão em baixa, por conta de dois grandes produtores mundiais de cana, a Índia e a Tailândia, terem registrado boa produção de açúcar nas duas últimas safras, o que aumentou a oferta e pressionou a queda nas cotações.
O mix de produção, ou seja, a quantidade de matéria-prima destinada a fabricação do produto, no caso do açúcar, aumentou de 25,74% na safra anterior para 27,09% na atual.
Em relação ao etanol, a produção sul-mato-grossense deve cair 1% nesta temporada ante a anterior, de 2,632 bilhões de litros para 2,606 bilhões de litros. A Conab projeta uma redução de 3,8% no hidratado, de 1,765 bilhão de litros para 1,698 bilhão de litros e um aumento de 4,8% no anidro, de 866,2 milhões de litros para 907,7 milhões de litros.
Quanto ao mercado a Conab comenta que o alto preço da gasolina no país também provocou uma elevação do preço do etanol, remunerando melhor a cana destinada a fabricação do combustível. Com este cenário e como algumas usinas possuem capacidade de moagem superior ao processamento atual, projetação feita pela companhia é que a maioria das unidades pretende fazer mais investimentos nos canaviais e expansão das lavouras para o próximo ciclo.
*Por Anderson Viegas, G1 MS