O motorista de 40 anos que na manhã de hoje caiu com uma carreta bitrem no Rio São Domingos, na MS-157, que liga Itaporã a Maracaju, mentiu sobre a tentativa de assalto. Ele caiu da ponte porque estava sob efeito de álcool e medicamentos.
Com ferimentos nas pernas e nos braços, o motorista conseguiu sair da carreta e levado por pessoas que passavam pelo local ao hospital de Itaporã. O destino da viagem seria Maracaju, onde iria pegar uma carga de grãos.
O SIG (Serviço de Investigações Gerais), da Polícia Civil, descobriu que o paranaense de Maringá tinha ingerido bebida alcoólica e tomou “rebite”, como é chamada a anfetamina usada por motoristas de caminhão para ficar acordado por mais tempo.
Ao site Campo Grande News, o delegado-chefe do SIG, Rodolfo Daltro, disse que a história contada pelo caminhoneiro gerou desconfiança desde o início. “Ele falou que a tentativa de assalto foi praticada por várias pessoas com armamento pesado ocupando um veículo que seguiu a carreta, modo de operação que não é comum aqui nessa região”.
A equipe do SIG percorreu o trecho em que o caminhoneiro afirmou ter ocorrido a tentativa de assalto e descobriu que ele tinha parado em uma conveniência para comprar bebida, demonstrando estar alucinado.
“O companheiro dele que viajava em outra carreta disse que o colega falava pelo rádio que estava sendo perseguido e percebeu a carreta atravessando a estrada. Em Itaporã, ele derrubou um pequeno poste com a carreta”, disse o delegado. O outro caminhoneiro também tinha bebido, segundo o policial.
Rodolfo Daltro disse que apesar de o caminhoneiro sustentar a versão de que homens armados teriam até subido na carreta para obrigá-lo a parar, a história não tinha sentido. “Ele disse que a tentativa de assalto foi entre Dourados e Itaporã e conseguiu fugir. Se estava sendo perseguido, porque não pediu ajuda em Itaporã. O rio onde a carreta caiu fica a 24 km da cidade”, afirmou o delegado.
Diante das evidências, o caminhoneiro acabou contando a verdade e disse que inventou a história com medo de ser demitido. Já o outro motorista teria sido induzido pelo colega sobre o suposto assalto, embora também tivesse consumido álcool. Os dois devem responder por falsa comunicação de crime.