Grupo de produtores de soja de MS se une, troca sistema de gestão e aumenta a produtividade em 15%

Um aumento de produtividade de 15%, chegando a colher 71 sacas de soja por hectare, enquanto que a média estadual do ciclo 2017/2018 foi de 59,7 sacas por hectare. Esse é um dos principais resultados alcançados por um grupo de produtores de Mato Grosso do Sul que há cerca de quatro anos se uniu, trocou o seu sistema de gestão e passou a compartilhar experiências.

O caso de sucesso deste grupo de produtores foi apresentado nesta sexta-feira (27), no Sindicato Rural de Campo Grande, pelo presidente da Fundação MS, Luciano Mendes, durante o Grupo de Troca de Experiências (GTE), promovido pelo Movimento Nacional de Produtores (MNP) e o Famasul Jovem.

Segundo Mendes, o grupo é formado por agricultores de 18 propriedades de Maracaju, Sidrolândia, Terenos e Antonio João, que juntos cultivam uma área de 24 mil hectares. “O grupo surgiu a partir de um grupo menor, de cerca de cinco pessoas, que já queria realizar um trabalho de benchmarking. Vinhamos discutindo a troca do sistema de gestão, com a finalidade de colocar um sistema único, com o mesmo plano de contas, que viabilizasse análises frequentes”, comenta ele, que nesta temporada atingiu em sua propriedade a marca de 75 sacas por hectare e trabalha com a meta de 80 para a próxima safra.

Entre os principais resultados para o grupo o presidente da Fundação MS citou a evolução dos processos de produção: plantio, pulverização, avaliação da qualidade das sementes. “Começamos a olhar onde tínhamos perda de produtividade e melhorar esses pontos. Do contrário, ficaríamos acomodados. O grupo serve para tirar a gente da zona de conforto”.

O investimento constante em tecnologia faz com que o grupo consiga extrair o potencial máximo da lavoura. “A gente tem uma dependência climática grande. Diante disso, o que conseguimos fazer é a adoção de tecnologias para minimizar ao máximo o problema de estiagem, principalmente”, relata ao revelar sua meta pessoal de produzir 80 sacas por hectare na próxima safra. “Apesar dos custos em alta, principalmente com insumos, o retorno dos investimentos vem com a produtividade, completa Mendes.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), Juliano Schmaedecke, é integrante do grupo. “A iniciativa é replicável, basta que o agricultor esteja disposto a participar, compartilhando seus erros e acertos”, relata o presidente ao apontar que o grupo sobe a régua na produção de soja e pode estimular melhorias na margem líquida do produtor rural.

Famasul Jovem

Entre as curiosidades do grupo, Mendes apresentou as Estratégias ABCDEFG. “O que salta aos olhos é a escolha do posicionamento de variedades, avaliando desde o material que se planta, época e outros processos fundamentais, que estão diretamente relacionados ao sucesso da safra. O segundo tópico que considero mais importante é o D, relacionado ao controle de doenças, e a partir desta estratégia entramos mais cedo para proteger a planta deixando 1/3 inferior o risco das doenças conhecidas como de final de ciclo, mas que entram no início do ciclo”.

Para o presidente do MNP, Rafael Gratão, o objetivo do GTE foi cumprido, a partir do momento que provoca novas ideias entre os participantes. “A intenção é reunir um pequeno grupo para debater um tema específico que possa contribuir de alguma forma. Quando falamos no avanço de produtividade da soja, provocamos o agricultor e mostramos novas alternativas, a partir de pessoas que conhecem a fundo”, destaca Gratão que participou do evento juntamente com o presidente do Sistema Famasul, Maurício Saito e com o Secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel.

*G1 MS