Presidente do TRE-MS é investigada pelo CNJ e Procuradoria-Geral da República

A presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), Tânia Borges, é investigada pelo Conselho Nacional de Justiça e Procuradoria-Geral da República por suspeita de tentar interferir em julgamento de processo a pedido de um policial militar preso por corrupção.

Segundo investigação, troca de mensagens encontradas no celular do tenente-coronel Admilson Cristaldo, preso por corrupção, apontam que o oficial pediu interferência de Tânia em julgamento de processo no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) envolvendo o amigo dele, o advogado e chefe do Departamento Jurídico do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), Dênis Peixoto Ferrão Filho.

O advogado de Tânia Borges, André Borges, nega que ela trocado mensagens com o oficial preso por corrupção. A defesa de Admilson Cristado também afirma que ele é inocente. A TV Morena não conseguiu contato com Dênis.

Tânia, Admilson e Dênis são suspeitos de tráfico de influência e uma possível tentativa de venda de sentença. O advogado teria procurado o oficial da PM porque ele teria relacionamento com a desembargadora. Dênis também assinou notas promissórias para Admilson Cristaldo, que somam R$ 650 mil.

As trocas de mensagens foram recuperadas por peritos do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), durante investigação sobre o envolvimento de policiais no contrabando de cigarros. Diversos militares foram presos, entre eles Admilson Barbosa.

O julgamento do caso sobre o qual Tânia e o oficial da PM conversam aconteceu após vistas de desembargadores. Todos os magistrados já sabiam que a votação estava sob suspeita. Três dos cinco réus se livraram da ação.

A corregedoria do TJ-MS, a Procuradoria-Geral e o CNJ abriram investigações. Os outros desembargadores citados por Tânia nas mensagens não são investigados. A desembargadora foi investigada por facilitar a saída do filho dela, Breno Borges, preso por tráfico de drogas, do presídio de Três Lagoas para uma clínica de tratamento de dependentes químicos.

*Por Ricardo Mello, TV Morena