Confronto por terra já tem um morto, um ferido e polícia procura mais vítimas

O confronto por terra entre fazendeiros e indígenas no município de Antônio João, distante 341 quilômetros de Campo Grande já tem um índio morto e outro ferido. A polícia ainda está fazendo buscas pela região na expectativa de encontrar novas vítimas.

No final da tarde deste sábado (30), por volta das 17 horas, foi confirmada a primeira morte. Conforme lideranças indígenas a vítima é um dos líderes da tribo identificado como Semion Vilhava. Os policiais ainda não confirmaram a identidade da vítima.

Em nota, o governo do Estado informou que a perícia está no local, que a área foi isolada e tão logo os levantamentos sejam feitos o corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal de Ponta Porã, para exame necroscópico que irá indicar as causas da morte.

No texto o governo do Estado afirma estar acompanhando “de perto e com muita atenção o desenrolar dos fatos e todas as comunicações e providências necessárias estão sendo adotadas junto ao Governo Federal com o objetivo de evitar confrontos e assegurar os direitos”.

Policiais da PMRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual) disseram que os fazendeiros deixaram o local de conflito, porém a Polícia Militar da cidade disse que todas as partes ainda permanecem na Fazenda Fronteira.

Equipes da Força Nacional, DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e a PMRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual) reforçam o policiamento no local.Até segunda ordem as forças policiais do Estado permanecem na região, segundo divulgou o governo.

Crime

De acordo com policiais do DOF, o índio foi morto com um tiro na cabeça de um revolver calibre 22. Os indígenas disseram que a vítima levou três tiros na cabeça e não apenas um, como foi divulgado pelo policiais. (Atualizada às 19h16 para acréscimo de informações).

A área reivindicada pelos indígenas, de 9.300 hectares é chamada de terra indígena Nhanderu Marangatu, e chegou a ser homologada em junho de 2005, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, à época, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Nelson Jobim, anulou o ato, a pedido dos fazendeiros.

Kemila Pellin midiamax

foto : Léo Veras