O tabelamento no preço do frete é apontado pelos produtores rurais como um dos fatores que tem travado a venda do milho em plena colheita. A medida, que atende a uma reivindicação dos caminhoneiros, foi aprovada pelo Congresso, mas a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) ainda não definiu os valores e a tabela vigente é questionada na Justiça.
Boletim da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) aponta que 33,57% da produção no estado havia sido comercializada até a última segunda-feira (11). O avanço em relação ao mesmo período do ciclo 2016/2017 é de apenas seis pontos percentuais.
Enquanto isso, os preços estão “caminhando de lado”, segundo a entidade. Houve queda de 0,46% na cotação do grão entre os dias 10 e 17 de julho, fechando o período em média por R$ 26,88. Contudo, em relação ao ano passado, houve alta nominal (sem considerar as variações na economia) de 63,3%.
Na prática, os os valores se estagnaram nesse intervalo de tempo na maior parte dos municípios pesquisados. Em Caarapó, Dourados e Maracaju ele se manteve em R$ 28 até a última terça-feira, os maiores registrados até essa data.
Em Campo Grande houve queda de 1,89% na semana. Já em Ponta Porã, a saca de 60 quilos travou nos R$ 27 e em São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul o produto sai em média por R$ 26. Este último registrou a maior queda no acumulado do mês, em 3,70%.
Na contramão, Maracaju teve maior alta, com o milho valorizado em 5,6% em julho, seguido por Ponta Porã (3,85%), Dourados e Caarapó (ambas com alta de 3,70%).
Resultados – Produtores rurais de Mato Grosso do Sul já colheram 15,1% do 1,7 milhão de hectares de milho plantados no estado. Na última semana, os trabalhos avançaram em 121.622 hectares. Essa evolução é 2,5% superior à área processada nesse mesmo período no ciclo 2016/2017.
O boletim estima até o momento redução geral da área plantada em aproximadamente 8,21%, passando de 1,8 milhão para 1,7 de milhão de hectares. De igual modo houve queda de 29,31% em relação à expectativa do volume de produção de grãos (de 9,8 milhões de toneladas na safra 2016/2017 para 6,936 milhões de toneladas na safra 2017/2018).
A estiagem afetou seriamente as lavouras na região sul do estado, que podem ter até 40% de perdas na produção segundo a Famasul. Esse percentual leva em consideração todas as áreas semeadas no estado. Individualmente, alguns alguns produtores não conseguirão colher nada este ano.
Na região norte, as plantações não apresentaram problemas e a produtividade é estimada em torno de 90 a 100 sacas por hectare. Na região sul, a expectativa é de 60 a 70 sacas por hectare. Como essa área é mais expressiva nesse cultivo, deve refletir mais na produtividade total.
*Campo Grande News – Ricardo Campos Jr.