Citado em escândalo do Ministério do Trabalho, Marun fala em ‘safadeza da imprensa nacional

Depois de ser citado por jornais como a Jornal Folha de S. Paulo, o Globo e o Estado de S. Paulo como suspeito de participar de fraude no Ministério do Trabalho, assunto da Operação Registro Espúrio, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou nesta quinta-feira (5) que apresentará queixa-crime contra vazamento de informações. Durante declaração em tom de indignação, Marun afirmou que as informações fazem parte de uma “safadeza da imprensa nacional”.

Conforme os jornais, Marun está na mira da Polícia Federal por supostamente agir para conseguir registros de entidades sindicais “de seu interesse”. O ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi afastado do cargo nesta quinta-feira por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em entrevista coletiva nesta tarde no Palácio do Planalto, Marun afirmou que as notícias veiculadas ligando ele as fraudes causaram danos graves. “Eu vou apresentar queixa-crime em relação a esse vazamento direcionado, seletivo e vagabundo. Fizeram com que eu passasse um constrangimento, minha família está sofrendo”, afirmou.

Ainda conforme o ministro, ele está sendo “enxovalhado por causa de uma safadeza da imprensa nacional, isso é muito grave”, completou relembrando, segundo ele, a necessidade da aprovação da lei do abuso de autoridade.

Marun afirmou que o presidente Michel Temer (MDB) está analisando quais medidas tomar em relação ao afastamento do ministro. O presidente, segundo o ministro, tomará decisão “em conformidade com o seu pensamento, ameno, mas decisivo quando o momento exige que decisões drásticas sejam tomadas”.

Investigação

Segundo a Folha de S. Paulo, a Polícia Federal pediu autorização para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços de Marun e de sua chefe de gabinete, Vivianne de Melo, mas a Procuradoria-Geral da República entendeu que, por ora, não havia provas de que o emedebista integrava a organização criminosa.

No despacho de sexta (29) em que afastou do cargo o ministro do Trabalho, Helton Yomura, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator das investigações da Operação Registro Espúrio, concordou com o posicionamento da PGR, mas destacou trechos que reforçam suspeitas sobre Marun.

Em suas manifestações ao Supremo, a PF e a PGR apontaram que materiais apreendidos anteriormente pela Registro Espúrio, como mensagens de celular, mostram que Marun “se vale de sua força política para solicitar concessões de registros das entidades [sindicais] de seu interesse”.

Há conversas entre a chefe de gabinete de Marun, Vivianne, e Renato Araújo Júnior, ex-coordenador de Registro Sindical do Ministério do Trabalho atualmente preso, que, para os investigadores, evidenciam as demandas do ministro da Secretaria de Governo dentro do Ministério do Trabalho