O maquiador Josimar Pereira, de 32 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira (4) após dois meses de luta contra a leishmaniose visceral. Ele estava internado no Hospital El Kadri. Em 2017, sete pessoas morreram vítimas da doença em Mato Grosso do Sul, duas delas em Campo Grande. Nesta ano, o balanço ainda é finalizado com dados de junho, mas já contabiliza três óbitos.
Os sintomas da doença se iniciaram no começo de maio, segundo a reportagem apurou. Em seu perfil do Facebook, Josimar anunciou que dores e tosse já duravam três semanas. A internação veio logo após o diagnóstico da doença, no dia 4 de junho.
O tratamento teve início e o maquiador chegou a receber alta do CTI para o quarto, no último dia 25 de junho. O quadro piorou e, nesta madrugada, ele faleceu. O velório acontece no Memorial Park.
De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), só em 2018 foram registrados 69 notificações da doença, 21 em janeiro, sete em fevereiro, nove em março, 19 em abril, 11 em maio e duas em junho. O boletim semestral municipal ainda é finalizado, mas de janeiro até agora contabiliza três mortes.
Uma das mortes foi reportada pelo site Campo Grande News e ocorreu em Dourados. A morte ocorreu no dia 4 de fevereiro, mas foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde e pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) no dia 1º de março.
O último informe epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), divulgado no dia 4 de janeiro de 2018, aponta que 2017 foram registradas 58 notificações da doença em Campo Grande e 125 no Estado. O documento confirma ainda sete mortes durante todo o ano, sendo duas em Campo Grande, duas em Corumbá, e uma em Dourados, Ladário e Três Lagoas.
A doença – Quando o assunto é leishmaniose, durante muito tempo os cães foram considerados vilões, por serem hospedeiros do mosquito transmissor da doença. Mas o grande influenciador no aumento ou diminuição dos casos da doença é, na verdade, o clima e suas mudanças.
Soa clichê, mas as duas únicas formas das pessoas conseguirem impedir a leishmaniose visceral humana é barrar a criação do mosquito ou cuidar para não ser picado, neste caso, com o uso de repelente. A doença não é transmitida pelo cachorro, mas pela fêmea de um flebotomíneo – o mosquito-palha.
Ele tem características que o assemelha aos mosquitos comuns, mas suas larvas se desenvolvem no solo úmido e em matéria orgânica, ou seja, não precisa de reservatórios de água, como os mosquitos comuns. No Brasil apenas duas espécies têm importância em saúde pública: Lutzomyia longipalpis, que pode ser encontrado em todo País; e Lutzomyia cruzi, restrito a Mato Grosso do Sul.
Nesta versão da doença, os órgãos internos são afetados. Os sintomas costumam se manifestar em torno de 4 a 8 meses depois da infecção, mas podem levar até 2 anos para sua aparição. Nos casos em que o paciente é imunocomprometido, alguns dias podem bastar. O tratamento clássico é feito com o medicamento Alopurinol.
Veja os sintomas:
– Descamação de pele
– Calombos no couro cabeludo
– Febre
– Esplenomegalia (Aumento do baço)
– Hepatomegalia (Aumento do fígado)
– Redução da imunidade
– Fraqueza
– Diarreia
– Sangramento na boca e intestinos
– Caquexia
– Leishmaniose visceral avançada pode causar caquexia.
– Palidez