A operação deflagrada pela Polícia Federal ‘Laços de Família’, em Mato Grosso do Sul e mais quatro estados nesta segunda-feira (25) prendeu um policial militar apontado como chefe da quadrilha, que atuava na região do cone-sul do Estado. O militar, que não teve o nome divulgado, seria dono de uma Ferrari, que custa mais de R$ 500 mil.
13 pessoas foram presas durante a deflagração da operação, entre elas uma mulher, que estava com tornozeleira, e ajudava no financiamento e lavagem de dinheiro da organização criminosa que atuava de forma semelhante à máfia: os chefes da organização eram da mesma família e tinham estreita ligação com a facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo o delegado da PF Luciano Flores, o grupo praticava torturas em crimes violentos. 10 empresas de fachada usadas para a lavagem de dinheiro foram fechadas nos cinco estados alvos da operação. Eram empresas de transporte, garagem de carros, assessoria de comunicação de aviação. A rotatividade de veículos entre integrantes da quadrilha era grande, segundo o delegado.
Sete presos durante a operação no Estado serão levados para o Presídio Federal, um para o Presídio Militar e os outros alvos já cumpriam pena em estabelecimentos penais em Mato Grosso do Sul.
Vida de luxo
A família de Mundo Novo, que teria o PM como chefe da quadrilha no Estado ostentava uma vida de luxo incompatível com os salários. O militar tinha uma Ferrari avaliada em R$ 500 mil. Além de outros carros de luxo, e viagens para o exterior de toda a família.
Apartamentos, casas, sítios e fazendas também faziam parte do patrimônio da família. Na cidade todos tinham medo da família e um dos integrantes responde processo por homicídio.
Apreensões e prejuízo
O prejuízo estimado da quadrilha foi de R$ 61 milhões com apreensões de drogas, joias, dinheiro e bens móveis e imóveis. Foram apreendidos R$ 310 mil para pagamentos de drogas, R$ 80 mil em joias, 5 embarcações, sendo quatro iates.
Além de 27 toneladas de maconha, duas pistolas e duas camionetes, durante todo o período de investigações da polícia que começou em 2016. Já as apreensões feitas nesta segunda (25) durante a deflagração da operação ainda não foram contabilizadas.
A operação
Cerca de 210 policiais federais cumpriram 20 mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, 35 de busca e apreensão, 136 de sequestro de veículos terrestres, 7 mandados de sequestros de aeronaves, 5 de embarcações de luxo e 25 de imóveis. Os estados em que são cumpridos os mandados São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Rio Grande do Norte.
*Thatiana Melo e Mariana Rodrigues – Midiamax