A segunda safra de milho do ciclo 2017/2018 em Mato Grosso do Sul, também chamada de safra de inverno ou safrinha, deve encolher 29,7% em relação a temporada passada, caindo de 9,609 milhões de toneladas para 6,758 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em seu mais recente levantamento sobre a produção de grãos do país.
A empresa pública federal aponta que essa redução da produção deve ocorrer em razão da diminuição de 4% na área cultivada, de 1,759 milhão de hectares para 1,689 milhão de hectares e da produtividade despencar 26,7%, caindo de 5.460 quilos por hectare (91 sacas por hectare) para 4.000 mil quilos por hectare (66,66 sacas por hectare).
A Conab aponta que a quebra de produtividade é resultado de uma série de fatores desfavoráveis. O primeiro foi o atraso no plantio do cereal. Isso ocorreu porque a cultura semeada antes, no sistema de rotação, a soja, também sofreu com retardo na semeadura, em decorrência da estiagem em outubro do ano passado, e depois com demora na colheita, devido, desta vez, ao excesso de chuvas. O quadro provocou o deslocamento da janela de plantio do milho segunda safra.
Além disso, entre abril e maio, já com o cereal plantado, houve uma estiagem que em muitas propriedades foi superior a 40 dias, o que impactou desde as lavouras que estavam no estágio de desenvolvimento vegetativo até aquelas que já tinham atingido o período de floração e de frutificação.
Outra variável citada pela Conab e que também tem reflexos nesta queda de produtividade, é a do tipo de semente utilizada, que em várias localidade do estado foi a convencional, que possui uma resistência menor do que as variedades transgênicas.
A companhia destaca que a instabilidade do clima, associada ao manejo inadequado, tem favorecido ainda nesta temporada, o aparecimento de algumas pragas, como percevejo e lagarta.
Já a redução da área cultivada, é atribuída pela Conab ao próprio atraso no plantio da cultura e ainda a desvalorização do preço do milho ao longo dos meses de planejamento da semeadura, entre novembro e fevereiro.
No levantamento, a empresa pública federal destaca que o mercado tem se mostrado aquecido quanto aos preços praticados atualmente e para o futuro, mas que existe uma preocupação generalizada com a perda significativa de produtividade.
No que diz respeito à comercialização, a Conab ressalta que Mato Grosso do Sul está com 34% do milho segunda safra comercializado em contratos futuros.
Anderson Viegas, G1 MS