A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (24) novo reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias. O preço do litro da gasolina baixou 0,62%, passando de R$ 2,0433 para R$ 2,0306. Já o do diesel caiu 1,14%, de R$ 2,3351 para 2,3083.
Na véspera, a estatal já tinha reduzido os preços, depois de sucessivas altas que geraram protestos de caminhoneiros e discussões entre a petroleira e o governo. Os cortes foram motivados pela queda da cotação do dólar, segundo o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
A Petrobras mudou sua política de ajuste de preços em 3 de julho do ano passado. Pela nova metodologia, os reajustes acontecem com maior frequência, até diariamente, se necessário, refletindo as variações do petróleo e derivados no mercado internacional, e também do dólar. Somente na semana passada, foram 5 reajustes diários seguidos.
Na terça-feira (23), os preços futuros do petróleo Brent subiram US$ 0,35 dólar, a US$ 79,57 por barril, alta de 0,44%. Na semana passada, o contrato, que é referência global, ultrapassou o valor de US$ 80 pela primeira vez desde novembro de 2014. Já os futuros do petróleo dos EUA (WTI) tiveram queda de US$ 0,11, fechando a US$ 72,13 o barril, queda de 0,15%.
Greve dos caminhoneiros
Apesar da segunda queda consecutiva nos preços dos combustíveis, a greve dos caminhoneiros continua e entra no seu terceiro dia. Eles protestam em rodovias federais e estaduais e a paralisação afeta os serviços dos Correios. As postagens com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje) foram temporariamente suspensas.
Discussões entre Petrobras e governo
O presidente da Petrobras, Pedro Parente, reuniu-se na véspera com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, para discutir a alta do preço dos combustíveis.
Na saída do encontro, Parente reforçou que a política de preços da estatal não será alterada. A possibilidade de interferência do governo nesse quesito deixou o mercado receoso e as ações da petroleira fecharam em queda. As preferenciais caíram 1,36%, enquanto as ordinárias (que dão direito a voto) tiveram desvalorização de 2,47%.
Impacto no preço cobrado nos postos
A decisão de repassar o aumento do valor do combustível cobrado nas refinarias para o consumidor final é dos postos de combustíveis.
Na semana passada, o preço médio da gasolina nos postos do país atingiu novas máximas no ano, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio do litro de gasolina para os consumidores ficou em R$ 4,284, ante R$ 4,257 na semana anterior. Com o novo aumento, a gasolina acumula alta de 4,51% desde o início do ano. Desde julho do ano passado, a alta é de mais de 22%.
O valor do diesel também terminou a semana em alta. Segundo a ANP, o valor médio por litro passou para R$ 3,595, acumulando avanço de 8% no ano e de 21,5% desde julho do ano passado.
Em sua defesa, a Petrobras afirma que “não tem o poder de formar” os preços praticados nos postos de combustíveis e que a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis.
O preço final é composto basicamente por 4 parcelas: realização do produtor ou importador, custo do etanol anidro, tributos (ICMS, PIS/PAsep e Cofins, e CIDE), e margens de distribuição e revenda.
Segundo a Petrobras, no período entre 6 e 12 de maio, o preço da gasolina comum para os consumidores foi formado pela seguinte proporção: 32% realização da Petrobras, incluindo custos e lucro, 29% impostos estaduais (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS), 16% impostos da União (Cide, PIS/Pasep e Cofins), 11% do etanol adicionado à gasolina e 12% se refere à distribuição e revenda.
*G1