Mateira: lideranças políticas local e estadual se reuniram com assentados para discutir falta de água

lideranças políticas de Paraíso das Águas, como: prefeito, vereadores, presidentes de associações comunitárias e liderança estadual, representada pela assessoria da deputada federal Tereza Cristina (PSB/MS), se reuniram com moradores do Assentamento Mateira para discutir solução para a constante falta de água.

Participaram da reunião, o prefeito Ivan da Cruz Pereira, Xixi (MDB), o presidente da Câmara Municipal, vereador Anízio Andrade (DEM), os vereadores: Roberto Carlos (PSDB), Fio do Povo (PSB) e Profº Leonardo, a presidente da Associação do Assentamento Mateira, Claudete Aparecida Lopes, os presidentes da Cooperativa e Poços do Assentamento e a assessora da deputada federal Tereza Cristina, Lucilha Monteiro.

As lideranças ouviram os assentados, que puderam expressar abertamente os problemas enfrentados. Alguns relataram que estão sem o fornecimento de água há mais de 20 dias.

O assentamento possui 150 famílilas, que são abastecidas por três poços artesianos, geridos por uma associação dos assentados cada um. Os usuários pagam uma manutenção que varia entre R$ 25 e R$ 35 mensais.

Os três presidentes destas associações dos poços artesianos, apresentaram os problemas que enfrentam para manter o funcionamento das bombas. Alguns, relataram que com a inadimplência dos associados, as contas de energia elétrica acumulam e vem o corte. Recentemente um dos poços ficou inativo por vários dias por falta de pagamento de energia, a conta chegou à R$ 3 mil.

“Quando a bomba de água danifica, o problema também é grande. Ficamos sem dinheiro para pagar”, relata um dos presidentes das associações. Para o assentado Adelino, a solução seria municipalizar o abastecimento de água, onde cada morador teria seu hidrômetro, o que evitaria desperdício e controle no consumo.

Para a maioria, o problema evidente é o desperdício de água, uma vez, que as despesas com a manutençãodos poços são rateados em valores iguais, independente se o usuário consumiu mais ou menos durante aquele período.

O presidente da Cooperativa do Assentamento Mateira, Chico Biazus, a água fornecida para os assentados é exclusivamente para o consumo humano e relata que recentemente o Ministério Púlico notificou os moradores, explicando que a água é para uso doméstico e familiar e não para irrigação de hortalicias e nem para animais. “Se não houver a consciência dos moradores, não conseguiremos chegar à nenhum tipo de solução”, afirma.

Um outro morador de um lote, vizinho à um dos poços, também usou a palavra e esternou sua indignação com a falta de consciência de alguns moradores, que não utilizam a água potável de forma consciente e ainda reforçou a necessidade da união entre os assentados, o pagamento em dias das despesas, para que não onere as associações e prejudique aos demais usuários.

Ele ainda sugeriu que haja uma fusão das associações, somente uma delas fiquem responsável por todos os assuntos relacionados ao assentamento, o que facilitaria a comunicação e a destinação de recursos dos poderes púbicos. Para o assentado, não existe união entre os próprios moradores e com a falta de consenso nas ideologias fica difícil ter uma solução para os casos pertinentes.

Já para outros assentados que participavam da reunião, a solução seria a perfuração de mais poços artesianos e aquisição de bombas extras para que em caso de falhas, a mesma seja substituída rapidamente, não deixando nenhuma família sem água.

A moradora Jaqueline Alves, estava em mãos com uma conta acumulada de energia elétrica, que ultrapassa R$ 2 mil. Ela informou que o seu lote está sem água há quase 20 dias.

Jaqueline apresenta na imagem, mais uma nota do custo de um conserto de uma das bombas, cujo valor pago foi de R$ 3.829,69

O prefeito Ivan Xixi, ouviu atentamente as reclamações e opiniões dos presentes e enfatizou que durante várias vezes esteve no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra e Fundação Nacional de Saúde – Funasa, tratando deste e outros assuntos relacionados ao assentamento Mateira e que sua equipe sempre esteve de perto acompanhando as principais necessidades dos assentados. “O que identificamos aqui, nesta reunião é uma falta de consenso entre os próprios assentados e alguns problemas que eles mesmos, podem resolver, como no caso desta manutenção que é paga mensalmente. Na cidade não é diferente. Se não pagarmos a conta de energia, a concessionária responsável corta sem piedade. Aparentemente, o reservatório de água atende a demanda. Mesmo assim, nossa equipe técnica vai acompanhar o caso”, afirmou.

Ele informou que vários cursos de capacitação, acompanhamento técnico, doação de sêmem e sementes, adubo orgânico e outras atenções são realidade da atual administração para atender todos os assentados. Que junto à Agência do Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural – Agraer, realizam programas que atendem as necessidades do assentamento.

Ivan também afirmou que a responsabilidade de acompanhar estes e outros problemas é exclusivamente do Incra, mas mesmo assim, a Administração Municipal não deixa de acompanhar e atender a comunidade local.

A assessoria da deputada federal Tereza Cristina, informou que está acompanhando o caso de perto e que junto à Funasa, está viabilizando a perfuração de dois novos poços artesianos. Mas que na reunião o que foi identificado é que a necessidade principal é o consenso entre os assentados e que a falta de água talvez não seja o problema, que mesmo assim, solicitará à Funasa a disponibilidade de um geólogo para avaliar o local e a demanda de água, para que seja apontado tecnicamente uma solução para o problema apresentado pela comunidade.

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