Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer Lança Campanha “Preciso Viver”

Garantir que todos os pacientes oncológicos tenham acesso a um tratamento de saúde humanizado e tempestivo. Este é um dos objetivos da campanha “Preciso Viver” que será lançada pela Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer (RFNCC) juntamente com todas as Redes Estaduais do país no próximo dia 10 de abril. A campanha acontecerá pela primeira vez este ano e em cada edição apresentará uma temática.

Nesta data todos os voluntários e pacientes, vestidos de branco e rosa, realizarão uma paralisação em cada Estado com o intuito de garantir a aplicabilidade e eficácia da Lei 3752/12, que estabelece prazo máximo de 30 dias para que as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) realizem exames diagnósticos e executem procedimentos necessários à saúde dos pacientes.

Segundo a presidente da RFNCC, Carmen Campelo, a defasagem da Tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos fatores que compromete o atendimento humanizado nos hospitais. “Existem procedimentos que não sofrem reajuste há alguns anos. Alguns deles são caros e os hospitais não recebem do Governo o valor necessário para arcar com as despesas. Isso causa um transtorno muito grande para os pacientes oncológicos que não usufruem de um atendimento de qualidade”, explicou a presidente, diminuindo suas chances de cura e interferindo no gasto público com o câncer.

Ainda de acordo com a presidente Carmen Campelo, para que a Lei 12.732/2012 e o PL 3752/12(quando aprovado), sejam eficazes é necessário que as instituições possam ter condições de atender e oferecer o tratamento adequado aos pacientes oncológicos no período estimado. Porém, a falta de recursos do SUS compromete todo o processo. Segundo ela, a mobilização do dia 10 de abril tem como intuito sensibilizar as autoridades e chamar a atenção da população para a precariedade dos atendimentos.

“A nossa luta é para que os pacientes, que já sofrem ao descobrir que tem a doença e ao iniciarem um tratamento tão agressivo, recebam o mínimo de cuidado, de apoio, de atenção. Estamos falando de milhares de pessoas que são diagnosticadas e não podem ficar esperando por muito tempo o início do tratamento enquanto a doença avança. O nome da campanha é bem sugestivo quanto a isso. Temos uma lei e para que ela seja cumprida, o poder público deve ter um olhar mais atento para essas pessoas. As instituições que cuidam desses pacientes precisam de recursos”, declarou a presidente.

Novos casos

Em fevereiro desse ano o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou dados que apontam sete mil novos casos de câncer no Piauí em 2018 e 2019, sendo que 3.450 casos serão em homens e 3.450 em mulheres. Na perspectiva nacional, os dados revelam que devem aparecer 600 mil novos casos de câncer este ano. Além disso, o Banco Mundial alertou há anos atrás sobre o aumento em 70% da incidência da doença em países de renda média, incluindo o Brasil.

O diagnóstico precoce do câncer e o início imediato do tratamento aumentam as chances de cura do paciente. As ações de conscientização da população também contribuem paro o diagnóstico precoce, mas isso não é suficiente para o enfrentamento da doença. A população precisa, principalmente, de diagnósticos rápidos e eficazes para realizar os exames necessários, que devem ser feitos por profissionais capacitados. A infraestrutura dos locais de atendimento também influencia no atendimento. Ao ser detectado o tumor, o paciente precisa ser direcionado ao tratamento adequado o mais rápido possível. Caso esse processo demore, a saúde do paciente fica comprometido.

Para Carmen Campelo, o trabalho desenvolvido pela Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer, juntamente com as Redes Estaduais, não se resume a prestar assistência às famílias e aos pacientes oncológicos. “A entidade também está engajada a buscar melhorias e cobrar soluções do poder público nesse processo de atendimento e tratamento das pessoas que sofrem com o câncer. Temos vários projetos espalhados pelo país, nos reunimos para debater temas pertinentes, realizamos ações como essa do dia 10 de abril e estamos acompanhando de perto o que está sendo feito para esses pacientes”, finalizou a presidente da RFNCCC.

 

Em Chapadão do Sul esta programado uma manifestação no dia 09 de abril na Camara municipal do município as 19horas com cartazes para conscientização de fazer valer a lei de agilidade no atendimento pelo SUS 12.732/12