Para quem é jovem, é quase impossível imaginar a vida sem a internet na palma das mãos. Se quem é mais velho ainda se lembra das noites viradas para “entrar” na rede com a conexão discada, para quem nasceu nos anos 2000 isso é praticamente impensável. Os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) sobre tecnologia e de acesso à internet, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam o cenário, ainda mais no Centro-Oeste.
A pesquisa não detalhou os números por estados, mas a região centro-oeste, onde Mato Grosso do Sul está localizado, foi a que teve maior número de celulares utilizados para acessar à internet (96,5%), superando a média nacional (94,6%). O número de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal também foi o maior no centro-oeste: 84,6%, superando as regiões sudeste (81,8%) e o sul (82,0%).
O segundo equipamento mais utilizados para o acesso à internet foi o microcomputador: 63,9% no centro-oeste e 63,7% no Brasil; tablet 16,9% no centro-oeste e 16,4% no Brasil e a televisão 11,5% no centro-oeste e 11,3% no Brasil.
A estudante Isabela de Souza, 20 anos, confirma que a vida sem internet celular é quase impossível, nascida após a era dos “tijolões”, quando os celulares eram basicamente feitos para ligações, ela diz que o celular a acompanha desde criança.
“No começo, ganhei para caso de emergência e era mais usado para mandar mensagens de texto, mas logo teve internet também e só foi melhorando o jeito de acessar. O que era caro, e gastava todos os créditos foi ficando mais barato, pelo menos é o que parece. Até chegar ao Whatsapp e o Facebook, que é de graça hoje na maioria. Além disso, impensável ficar sem internet no celular para quem estuda e trabalha”, diz.
As mensagens foram o principal motivo de uso do celular, segundo os dados da Pnad. Quase a totalidade (92,4%) dos 116,1 milhões de habitantes do país que acessaram a Internet em 2016 utilizavam aplicativos de troca de mensagens para se comunicar, com exceção do e-mail. Já o correio eletrônico foi utilizado por 69,3% dos internautas, apontou a Pnad.
Na família da estudante, o dado apontado pelo IBGE é confirmado. Segundo Isabela, todo mundo tem celular, independentemente da idade. “As crianças têm e os mais velhos também. Quem tem dificuldade pra escrever, manda áudio e está tudo certo. Está todo mundo nos grupos, o que aproxima a família”, comenta.
Outras finalidades para utilizar a Internet identificadas pela Pnad foram assistir a vídeos, programas, séries e filmes (76,4%) e conversar por chamada de voz ou vídeo (73,3%). A banda larga é o principal tipo de conexão nos domicílios. Nos 48,1 milhões de domicílios com acesso à Internet, a pesquisa identificou que 77,3% utilizavam banda larga móvel e 71,4% banda larga fixa, enquanto 49,1% usavam ambos os tipos. Os dados referem-se ao ano de 2016 e tratam de pessoas de 10 anos ou mais de idade que utilizaram a Internet em qualquer local.
Televisão
O acesso aos canais de televisão aberta por meio do sinal analógico, transmitido por antenas terrestres, encontra-se em processo gradual de extinção. Em seu lugar, vem sendo implantado o acesso com tecnologia digital. Quando a transmissão do sinal analógico for inteiramente desligada, as televisões sem conversor para receber o sinal digital ficarão sem acesso direto aos canais de televisão aberta, a não ser por meio de televisão por assinatura ou antena parabólica.
A pesquisa mostrou que havia televisão com conversor (integrado ou adaptado) para receber o sinal digital de televisão aberta, ainda que não o estivesse captando, em 48 192 mil domicílios, que representavam 71,5% dos domicílios particulares permanentes com televisão.
As Grandes Regiões com resultados mais expressivos foram as Regiões Sudeste, com 78,6%, seguida das Regiões Sul e Centro-Oeste, ambas com valores em torno de 75%. Na Região Nordeste, esse indicador ficou em 59,1% e, na Norte, em 62,7%Os domicílios que tinham televisão com conversor que já estava recebendo o sinal digital de televisão aberta representavam 57,3% daqueles com televisão. Esse indicador alcançou o seu máximo na Região Sudeste (66,1%) e o mínimo na Região Nordeste (43,3%). Nas demais Grandes Regiões, foram registradas as seguintes proporções: Norte 46,3%; Sul, 58,9%; e Centro-Oeste, 61,8%.
*Midia Max