Governo quer atender demanda de etanol com álcool de milho

Otimistas com a implantação do programa RenovaBio, representantes da agroindústrias estão se organizando para atender o aumento na demanda do etanol, utilizando a produção de álcool feito de milho que tem uma vantagem importante sobre o produto obtido da cana-de-açúcar: a capacidade de repor a produção com mais agilidade em razão da rapidez produtiva do grão.
A afirmação foi feita pelo diretor da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), Ricardo Tomczyk que argumentou:
“Não há canaviais disponíveis no Brasil atualmente (para aumentar a produção). Uma empresa leva cerca de quatro anos para formar um novo canavial pronto para produção”, disse o representante e acrescentou que no caso do etanol de milho seria necessária a construção de uma nova unidade, o que leva em torno de um ano e meio.
O programa Renovabio foi idealizado pelo governo federal e lançado em 2016 pelo Ministério de Minas e Energia, com objetivo de expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseada na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, e compatível com o crescimento do mercado.
DESENVOLVIMENTO NACIONAL
As vendas de etanol estão aumentando no Brasil à medida que sua vantagem de preço sobre a gasolina cresce e o produto concorre diretamente com a gasolina em carros flex, registrando avanço de 33% em novembro, se comparado ao ano anterior (2017/2016). A expectativa do governo é de que a partir do funcionamento do Renovabio (previsto para 2020) a demanda por etanol seja duplicada até 2030.
Quase todo o etanol produzido no Brasil vem do processamento de cana-de-açúcar, mas algumas unidades à base de milho iniciaram operações recentemente e outras são esperadas, afirmou Tomczyk, em especial no Mato Grosso, maior produtor nacional do cereal.
“Mato Grosso deve produzir cerca de 3 bilhões a 4 bilhões de litros de etanol de milho por ano em cinco anos, de 400 milhões de litros atualmente”, disse Tomczyk, que já foi diretor da associação de produtores Aprosoja.
Fonte: Correio do Estado