Na tarde desta quarta-feira (24), uma moradora da zona rural de Alcinópolis, de 59 anos, que não será identificada pelo Edição MS, deu entrada no Hospital Regional Álvaro Fontoura, em Coxim, com queimaduras de terceiro grau em mais de 60% do corpo.
As queimaduras foram provocadas pela própria vítima, que ateou combustível no próprio corpo e depois colocou fogo. Ela foi socorrida por terceiros e trazida ao encontro do Corpo de Bombeiros e SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Os socorristas afirmam que o estado da vítima é delicado, apesar dela estar consciente. Trabalhadores da fazenda viram o corpo em chamas e a vítima pedindo por socorro. Um deles começou a jogar a água, enquanto outro abafava o fogo com uma camisa.
Por muito tempo o suicídio, ou a tentativa dele, foi um tabu para a mídia, mas, a tendência de não discutir um problema tão sério vem sofrendo mudanças. Especialistas já defendem essa discussão, inclusive através da imprensa, que até então evitava esse tipo de reportagem, com receio de incentivar o suicídio.
O fato é que a maioria dos suicídios é causado pela depressão. Com a moradora de Alcinópolis não foi diferente. Segundo o marido, D.J.S., de 50 anos, a esposa sofre com depressão há alguns anos, já tendo se tratado em Coxim e Campo Grande. Entretanto, ela decidiu parar de tomar os remédios, apesar da insistência da família.
A depressão dessa mulher começou depois que ela decidiu buscar o paradeiro de uma filha, doada para adoção por falta de condições financeiras. O marido, que não é pai dessa filha, não sabe se ela teve a menina em Chapecó (SC) ou Rio de Janeiro (RJ).
A filha foi adotada por uma família rica e atualmente seria advogada em Porto Velho (RO), mas não quis saber da mãe biológica. Desde então, a vítima entrou em depressão, quadro que tem se agravado, inclusive com a negação ao tratamento.