O prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa, deixou o PR para se tornar a segunda opção do PMDB na sucessão estadual. Ele só não disputará a indicação para concorrer ao Governo de Mato Grosso do Sul se o ex-governador André Puccinelli continuar sendo o nome de consenso do partido. Waldeli não pretende provocar o enfrentamento dentro do PMDB por candidatura a governador. Ele deseja apenas ser o plano B.
A pré-candidatura de André, no entanto, não dependerá mais do partido. A palavra final será do ex-governador. É o que pensa o atual presidente regional do PMDB e da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi. Ele ainda aposta na recuperação da imagem de André para concorrer às próximas eleições.
A mesma avaliação tem o deputado federal Carlos Marun, fiel parceiro e amigo do ex-governador. Para ele, André “é o nosso líder maior” e continua sendo o principal nome para disputar a sucessão estadual.
E Waldeli sabe disto. Tanto que não pretende criar embaraços a André. Ele estaria se filiando ao PMDB justamente por sua forte ligação política com ex-governador e para se apresentar como segunda opção.
O ex-governador assumiria no sábado a presidência regional do PMDB, mas a convenção do partido ficou para o dia 2 de dezembro. Porém, ele ainda não decidiu se comandará o PMDB depois da prisão por 24 horas. Marun disse que o “amigo está sofrendo muito” por ser preso junto do filho André Puccinelli Júnior. O peemedebista foi o primeiro a visitar o líder do partido na cadeia. Mesmo ciente das críticas, ele foi até o Centro de Triagem, local onde Puccinelli e o filho ficaram detidos.
Depois da soltura do ex-governador, aliados se reuniram para decidir se mudariam ou não a nova data do encontro regional. Eles também criticaram a decisão do juízo de primeira instância de mandá-lo para cadeia. O peemedebista foi preso na semana em que estava marcada a eleição dele para presidente regional do PMDB. Na ocasião, ele também poderia ser lançado como o escolhido do partido para disputar o cargo de governador no ano que vem. Mas a prisão do peemedebista criou embaraço.
É por isto que alguns defendem outros nomes, como o de Waldeli, para a sucessão estadual. Há o entendimento, mesmo que nos bastidores, de que o desgaste foi muito grande para dar continuidade a uma possível pré-candidatura de André.
O momento, para estes, é de avaliar outras possibilidades. Além do prefeito de Costa Rica, outros nomes foram citados, inclusive alianças com outros partidos, como o PSDB, do governador Reinaldo Azambuja, e o PTB, de Nelsinho Trad.
Plano B
A saída de Waldeli do PR foi confirmada pelo presidente regional da sigla, ex-deputado estadual Londres Machado. “Ele pediu, nós aceitamos”, afirmou. A filiação de Waldeli foi articulada pelo líder da bancada do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Rocha. A opção por Waldeli para a sucessão estadual livra a mulher do deputado, senadora Simone Tebet, da pressão para ser pré-candidata a governadora na eventualidade de André não entrar na disputa eleitoral. Ainda não há data marcada para filiação.
Fonte: Adilson Trindade / Correio do Estado