Ao menos três fatores contribuíram para o naufrágio da embarcação “Sueño del Pantanal” em que 14 pessoas morreram no Rio Paraguai no dia 24 de setembro do ano passado: a falta de equipamentos mínimos de segurança no barco, a decisão do comandante em continuar com a navegação mesmo com o mau tempo, e os ventos fortes. As informações fazem parte de um relatório da Marinha divulgado nesta quarta-feira (29).
Conforme o relatório, depois de ser atingida pela primeira rajada de vento, a embarcação foi arrastada por 500 metros, mas o comandante conseguiu manter o controle do barco. Cinco minutos depois, o “Sueño del Pantanal” foi atingido por outra rajada de vento e por onda de 1,6 ,metros. Com o casco alagado, o barco naufragou.
Na ocasião, houve uma mudança no tempo e a temperatura de 38ºC caiu para 22ºC, com ventos de 93 km/h. De acordo com o relatório, “Esta queda brusca de temperatura e o vento forte formaram uma tromba de água, fenômeno local parecido com um tornado”, o que fez com que a embarcação perdesse a estabilidade.
Apesar de não estar nítido, no vídeo divulgado pela Marinha é possível ver a mudança do tempo e a perda de estabilidade da embarcação até o naufrágio.
Sobre os objetivos da divulgação do relatório, a Marinha informou que foi elaborado “com a finalidade de efetuar a coleta e a análise de provas, a identificação dos fatores causais e a elaboração das recomendações de segurança que forem necessárias, a fim de impedir que no futuro ocorram acidentes e/ou incidentes marítimos semelhantes”.
TRAGÉDIA
A embarcação era ocupada por 27 pessoas, sendo 11 tripulantes e 16 passageiros que estavam retornando de pescaria, quando houve o naufrágio. As buscas duraram 16 dias, quando o último corpo, o do comandante, foi encontrado.