Alerta: Produtor recebe carga de 96 toneladas de adubo adulterado

Um produtor rural do município de Cláudia foi surpreendido no final de semana ao receber uma carga de 96 toneladas com adubo adulterado. Como havia pago R$1.490,00 por cada tonelada, estima-se que ele teria um prejuízo que ultrapasse os R$140 mil reais, mas a carga foi devolvida.

Ao Nova Edição, com exclusividade, ele contou que a primeira carga suspeita chegou na sexta-feira (17) mas, por conta de uma conversa que havia tido com um caminhoneiro anteriormente, já estava em alerta. “Dois dias antes de receber a primeira carga com problemas, eu já havia recebido três cargas normais. Um dos motoristas desta primeira entrega havia me alertado sobre uma possível quadrilha, que estava fraudando o adubo. Na sexta-feira, quando chegou outra carreta, nós descarregamos todo o produto. Depois que o motorista foi embora, ao abrirmos um bag, percebemos que ele não tinha um plástico que o protege da chuva. Vimos que nenhum dos outros bags tinha o plástico e suspeitamos. Comecei a verificar todos os lacres. Quando abri um dos bags, vi que o adubo estava normal por cima. Aí resolvi mexer um pouco mais e, cerca de cinco centímetros abaixo, tinha um material diferente, mais claro, que parecia areia”, detalhou o produtor, que prefere não se identificar.

Ele ainda relata que procurou um agrônomo para ver o adubo e depois carregaram toda a carga novamente. Em seguida, o motorista foi com a carga para a revenda, em Sinop. “No sábado (18) pela manhã, meu pai foi solicitou a análise química do material. Enquanto isso chegaram mais duas cargas. Como eu já havia percebido uma alteração no dia anterior, eu abri na presença do agrônomo. Tiramos o lacre e com uma faca furei no meio do bag e começou a escorrer aquele material que não era adubo”.

Os resultados da análise chegaram nesta segunda-feira (20). “Recebemos a confirmação de que realmente não era tudo adubo. Havíamos pedido para constatar na análise, a presença de cloreto de potássio e fósforo, que são os principais componentes do adubo que eu comprei. Era para ser 18% de fósforo e de 18 de cloreto, mas os resultados foram de 1,6 e 0,2”. (Confira a foto do resultado da análise ao lado).

O produtor registrou o boletim de ocorrência e os resultados foram encaminhados para a Polícia Civil. A Polícia Técnica (Politec) esteve na manhã desta terça-feira (21) na propriedade, para colher novas amostras, já que a primeira realizada não tem valor judicial. Os resultados devem sair na próxima sexta-feira (24).

Já os caminhões foram detidos e estão no barracão da empresa, aguardando as investigações. “A princípio, a polícia disse que não vai liberar nem os motoristas e nem os caminhões, enquanto não ficarem prontos os resultados da perícia. Com a investigação, descobriremos se o produto foi adulterado na fábrica ou durante o transporte. Além disso, fica o alerta para os outros produtores ficarem atentos com as cargas que já receberam ou ainda irão receber”. A revenda é de Sinop e o adubo foi carregado em Paranaguá