Vigilância Sanitária de Chapadão emite nota sobre Resistência Bacteriana

Muito se tem falado sobre resistência bacteriana, mas você sabe o que isso efetivamente, quer dizer?

A resistência bacteriana é a capacidade que os micro-organismos têm de se multiplicarem na presença de concentrações de antimicrobianos mais altas do que as doses terapêuticas dadas ao homem. É um fenômeno biológico de adaptação natural das bactérias que se segue à introdução de agentes antimicrobianos na prática clínica.

Porque é que as bactérias se tornam resistentes?

As bactérias apresentam uma enorme capacidade de adaptação ao meio ambiente, podendo tornarem-se resistentes a determinado antimicrobiano de várias formas. As mutações genéticas ocorrem com frequência assim como a troca de material genético das bactérias entre si. Quando um antimicrobiano atua sobre um grupo de bactérias, as mais susceptíveis serão eliminadas, mas um pequeno grupo poderá sobreviver e proliferar, formando assim uma nova colônia, de bactérias resistentes. Estas alterações fazem com que as novas espécies de bactérias deixem de ser afetadas por aquele antimicrobiano específico.

O uso repetido e inadequado de antimicrobianos é a principal causa do aumento das bactérias resistentes.

O que você pode fazer para evitar a resistência bacteriana?

A resistência bacteriana se tornou uma preocupação mundial. Nos Estados Unidos, estima-se que 25 mil pacientes morrem, anualmente, de infecções provocadas por bactérias resistentes. Em todo o mundo, este número pode chegar a 700 mil.

Estratégias para o combate da resistência aos antimicrobianos, estão sendo formuladas pela Organização Mundial de Saúde. A Anvisa e o Ministério da Saúde também adotaram várias iniciativas em relação ao enfrentamento deste grave problema. Um deles foi a elaboração da RDC nº 20/2011, que tornou os antimicrobianos substâncias que só podem ser vendidas com retenção da receita pelas farmácias e drogarias, com regras específicas quanto à validade da receita e duração do tratamento.

Estudos apontam com bastante certeza que, quando um determinado antimicrobiano é muito consumido por uma população, os integrantes dessa comunidade em uma determinada área de consumo estão mais sujeitos a se contagiarem com bactérias resistentes. Assim, se muitos de nossos vizinhos ou pessoas próximas estiverem usando determinado antimicrobiano, é possível que tenhamos uma infecção por uma bactéria mais resistente, embora não tenhamos utilizado esses medicamentos nos últimos tempos.

O mundo está caminhando para uma era pós-antibióticos, em que as infecções comuns e os pequenos ferimentos, tratáveis há décadas, podem voltar a matar.

Respondendo a pergunta anterior, como parte integrante de uma sociedade, cabe a cada um de nós adotar medidas para prevenir a formação e proliferação de superbactérias, tais como:
Fazer uso de “antibiótico” apenas quando necessário;

Tomar o “antibiótico” exatamente como o médico lhe recomendou fazer, dentro do horário recomendado, prosseguindo com o tratamento até o fim, mesmo em caso de se sentir melhor;

Não tomar “antibiótico” para tratar infecções virais como resfriados;

Não tomar “antibióticos” indicados por outras pessoas que não sejam médicos, mesmo  que seja um familiar ou amigo. O “antibiótico” pode não ser apropriado para essa doença. Utilizar esses medicamentos de forma errada, permitirá que a bactéria se multiplique e transfira informação genética a outras bactérias que não são resistentes a esse “antibiótico”;

Não colaborar para a venda de “antibiótico” sem receita;

Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;

Cozinhar bem os alimentos e ter cuidados de higiene na sua confecção;

Evitar a utilização excessiva de sabonetes ou outros agentes antibacterianos, uma vez
que estes provocam a resistência bacteriana e tornam-nos propícios a outros tipos de infecções provocadas por vírus ou fungos, por exemplo;

Estudos apontam que num espaço de 10 anos poderemos viver uma epidemia de superbactérias. A produção de novos antibióticos está sendo estudada, porém a melhor forma de prevenção desta epidemia, está literalmente, em nossas mãos.”