O Colégio de Procuradores de Mato Grosso do Sul manteve a decisão de punir o promotor de Justiça Antônio Carlos Garcia de Oliveira, por não ter se declarado impedido de atuar na fiscalização do ‘Motoshow’ – evento realizado em 2014 em Três Lagoas -, em que ele era um dos organizadores. O tradicional de motociclistas ganhou repercussão naquele ano por causa das ‘peladonas’ flagradas pelas ruas da cidade.
O promotor é acusado de facilitar a realização do evento, pois não solicitou sequer a licença ambiental para que os shows fossem realizados – naquela edição a banda Sepultura era uma das atrações. Ele alegou em sua defesa que a Arena Mix, como um espaço de eventos, já possuía permissão para funcionar e por este motivo não necessitava de uma nova vistoria.
Antônio admitiu na corregedoria admitiu ser idealizador do evento, mas negou que naquele ano em questão estivesse organizando e afirmou que apenas apoiou porque era membro do Rotary Club – responsável pelo encontro de motos na cidade. Apesar das alegações, o promotor pode ficar impedido de receber promoções e remoções por um ano; sua última promoção ocorreu justamente em agosto daquele ano.
A decisão era de 2014, mas nos últimos três anos o promotor vinha recorrendo, e nesta quinta-feira (29), o Colégio de Procuradores decidiu que Antônio agiu dessa forma porque foi colaborador da festa, portanto, teria agido sem imparcialidade. Segundo o Procurador Gilberto Robalinho, relator do recurso, haviam irregularidades de conhecimento do promotor, mas ainda assim ele não teria tomado todas as providências necessárias.
Dois colegiados foram contrários a punição do colega, entre eles o procurador Rodrigo Stefanini. “É um promotor atuante em Três Lagoas, foi uma falha emocional, movida pelo amor ao motociclismo”, defendeu. Humberto Brittes destacou que há uma ‘rusga antiga’ entre a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a promotoria da cidade.
Festa polêmica
Em setembro de 2014, o que era para ser mais um evento de motociclistas se transformou em uma grande polêmica, com mulheres peladas pelas ruas de Três Lagoas e denúncias de atos obscenos. Para se ter ideia da situação, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrou 500 multas e 20 recolhimentos de CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Pelas ruas, motocicletas e veículos de luxo, a maioria com placas de outros estados, como São Paulo, se exibe com as mulheres nuas. Em volta deles, uma aglomeração de homens se amontoa para filmar e fotografar.
– Midiamax