Pela primeira vez foi relatado que o fungo Colletotrichum cliviae causou antracnose em soja no Brasil.
A soja é considerada a mais importante cultura do agronegócio brasileiro. Dentre as diversas doenças que atacam essa cultura, tem aumentado a prevalência e a intensidade da antracnose, causada principalmente por espécies do gênero Colletotrichum, resultando na deterioração e redução da qualidade da planta.
De acordo com informações divulgadas pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Anadef) na segunda-feira (26/06), tais espécies possuem alto potencial reprodutivo e os conídios são produzidos sucessivamente, sendo que a germinação conidial e infecção das plantas requerem climas mais úmidos. Podem ser transmitidos por vento, chuva, ferramentas contaminadas e através de atividades humana.
Soja
Em janeiro de 2012 no Estado do Mato Grosso, foram detectadas plantas de soja apresentando lesões marrons necróticas e irregulares em caules. Para verificar o que se tratava, amostras em campos comerciais foram colhidas de 2012 a novembro de 2014.
A Andef informou que foi feito o sequenciamento e a análise filogenética dos isolados. Com os dados obtidos constataram que se tratava da espécie Colletotrichum cliviae. Este é o primeiro registro deste fungo causando antracnose na soja no Brasil, sendo seu primeiro relato no país em 2012, na manga. Além disso, atualmente é sabido da sua ocorrência em plantações brasileiras de feijão-fava e chuchu.
Segundo o comunicado divulgado pela Andef, faz-se necessário a realização constante de monitoramentos e análises em campo. A identificação de novas doenças na lavoura é importante para que o dano econômico seja reduzido e para que sejam desenvolvidas alternativas para controle dos organismos.