Indústria vai mudar composição de alimentos para retirar sódio, diz ministério

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (13) que a indústria de alimentos vai fazer mudanças na composição dos produtos a fim de cumprir um acordo para reduzir a quantidade de sódio. A meta é retirar um total de 28,5 mil toneladas da substância dos alimentos industrializados até 2020. Nesta fase, o foco é reduzir sódio de pães, bisnaguinhas e massas instantâneas.

Segundo o ministério, a medida reafirma um acordo de cooperação assinado junto à Associação Brasileira das Indústrias de Alimento (Abia) cujo prazo de vigência terminou em 2016. Agora, a pasta “renova” o acordo para os próximos cinco anos, com a possibilidade de incluir novos alimentos.

De acordo com o presidente da Abia, Edmundo Klotz, na primeira etapa do acordo, entre 2007 e 2011, foi retirado o excesso de sódio dos alimentos. Na segunda, houve a substituição do sal tradicional por tipos de sal reduzidos em sódio, “algumas empresas usaram temperos naturais”.

Nesta nova etapa, a proposta é modificar fórmulas. “Demanda procedimentos mais complicados, como degustação e aceitabilidade”, explicou Klotz. Por isso, segundo o ministro Barros, a redução do sódio deve ocorrer de forma lenta e gradual.

“Agora, a indústria terá de fazer maiores investimentos em tecnologia.”

O Ministério da Saúde afirma que a quantidade de sódio no pão, por exemplo, deve cair pela metade até 2020.

“Significa que, em 2011, quatro fatias de pão por dia representavam 40% da quantidade de sódio diária (796 mg). Após o acordo, esse índice, em 2016, passou a ser 22% (450 mg). Em 2020, com o novo acordo, a expectativa é chegar a 20% (400 mg).”

Para as bisnaguinhas, o teor deve passar de 388 mg/100g para 350 mg/100g. Nas massas instantâneas a meta é alcançar teor máximo de sódio de 1840 mg/100g.

Em junho de 2016, o ministério informou que 14.893 toneladas de sódio foram retiradas de alimentos brasileiros desde 2011, em produtos como margarinas, cereais matinais, caldos e temperos.

Vilão?

O sódio é essencial ao bom funcionamento do organismo. Tanto o excesso quanto a falta podem prejudicar o corpo.

O sódio é um mineral que tem a função de equilibrar os líquidos corporais e ainda age na contração muscular, no fornecimento de energia ao organismo e até no ritmo cardíaco.

Quando consumido em excesso, no entanto, o sódio pode causar o aumento da pressão arterial, provocando hipertensão, doenças renais e ainda pode levar ao acidente vascular cerebral (AVC).

Veja as metas

Pães de forma
Meta 2017: alcançar teor máximo de sódio de 450 mg/100g
Meta 2018: alcançar teor máximo de sódio de 420 mg/100g
Meta 2020: alcançar teor máximo de sódio de 400 mg/100g

Bisnaguinhas
Meta 2017: alcançar teor máximo de sódio 388 mg/100g
Meta 2018: alcançar teor máximo de sódio de 350 mg/100g

Massas instantâneas
Meta 2018: alcançar teor máximo de sódio de 1840 mg/100g

Resultados

A pasta também divulgou o balanço de acordos anteriores. De acordo com o ministério, foram retiraas pelo menos 17 mil toneladas de sódio em 30 tipos de produtos alimentícios entre 2011 e 2017.

“[O montante] Equivale a 4.313 caminhões de 10 toneladas carregados de sal, o que daria para preencher mais de 60 km de caminhões alinhados.”

1ª etapa (abril 2011) – Menos 1.859 toneladas de sódio: massas instantâneas, pães de forma, bisnaguinhas.

2ª etapa (outubro 2011) – Menos 5.793 toneladas: batatas fritas, salgadinhos de milho, bolos sem recheio e recheados, rocambole, misturas para bolo aerado e cremoso, maionese, biscoito salgado, doce e recheado.

3ª etapa (agosto 2012) – Menos 7.241 toneladas: margarinas, cereais matinais, caldos em cubo, caldos em gel, temperos em pasta, temperos para arroz e outros temperos.

4ª etapa (novembro 2013) – Menos 2.361 toneladas: empanados, hambúrguer, linguiça cozida, linguiça cozida resfriada, linguiça frescal, mortadela refrigerada, mortadela, presuntaria, queijo muçarela, requeijão cremoso, salsicha, sopas instantâneas individuais e sopas em geral.

G1