Com voto de minerva, Mochi rejeita projeto que proíbe pesca do dourado em MS

Pela primeira vez, depois de cinco anos, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Junior Mochi (PMDB) precisou dar voto de minerva para desempatar votação de projeto polêmico, que proíbe a pesca do peixe dourado por oito anos. Mochi, aparentemente pressionado por pescadores que participavam da sessão, votou não e projeto, que já estava sendo apreciado em segunda votação, não foi aprovado pela Casa de Leis.

Ontem, a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) impediu que o projeto fosse votado.

A matéria, de autoria de Beto Pereira (PSDB), começou a ser discutida pelo Legislativo em dezembro do ano passado e, ontem, foi para pauta para ser apreciada em segunda votação. Porém, a parlamentar alegou que algumas pessoas de regiões de pesca do dourado a procuraram para que a matéria fosse revista. “Por esse motivo pedi vistas”, justificou.

Contudo, a matéria foi retirada de pauta e hoje voltou para ser apreciada.

Deputados começaram discussão acirrada. Herculano Borges (SD) apresentou emenda que estabelece o tamanho do dourado e não a proibição da pesca. “Defendo captura intervalada, onde estudiosos vão apontar o tamanho correto”, declarou.

Mochi consultou lideranças partidárias para saber se haveria acordo sobre votação da emenda apresentada por Herculano. “Não há acordo. Sem emenda”, disse o presidente.

O projeto seguiu para ser votado e então houve o empate. Por esse motivo, Mochi encerrou a votação apresentado voto de minerva contrário a proposta.

MUDANÇA DE VOTOS
Apesar de ter pedido vistas da matéria, a deputada Mara Caseiro votou a favor da proibição da pesca do dourado.

Além da parlamentar, outro deputado que mudou de ‘lado’ foi Paulo Siufi (PMDB). “Me convenci que devemos fazer estudo mais aprofundado”, disse o peemedebista.

PESCADORES
Esposas de pescadores, que acompanharam a sessão, declararam que seria um risco se o projeto fosse aprovado. “O impedimento da pesca do dourado prejudica até o turismo do Estado. Turistas amam comer o dourado”, disse Rosimeire Silva Soares, 30 anos, que moradora em Bonito.

Além de apontarem que o turismo seria prejudicado caso a matéria fosse aprovada, pescadores declararam que o dourado não tem predador e, se não houver mais a pesca, a espécie vai consumir outros peixes desenfreadamente. “O dourado vai ficar em excesso nos rios do Estado e vai acabar comendo os pacus e as piraputangas também e então não pescaremos mais nada”, enfatizou a pescadora Janete Silva, 40 anos.

 

 

*Assecom PMCS