Coxim: Alvejado com tiro na boca assessor fica 7 horas na mesa de cirurgia

Alvejado com um tiro na boca, na madrugada de domingo (21), o assessor parlamentar de Coxim, Marcilon Marçal, de 33 anos, ficou 7 horas na mesa de cirurgia da Santa Casa de Campo Grande. Em seguida, ele foi levado para UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), onde permanece internado.

Apesar de estar todo tempo consciente, o estado do assessor inspira cuidados e é considerado grave. Durante a cirurgia, que durou das 14h30 as 21h30, a equipe médica conseguiu tirar a bala de calibre 38, que estava alojada na região do pescoço. Entretanto, a mandíbula da vítima não foi totalmente reconstruída.

Para tanto, Marçal será submetido a outra cirurgia, dentro de 10 dias. Exames que a família teve acesso mostram que a mandíbula da vítima ficou estilhaçada com o tiro. Familiares estão revoltados com o ocorrido e tentam acompanhar todos os passos da investigação. Alguns irmãos da vítima passaram o domingo na delegacia, acompanhando o trabalho da polícia e da imprensa.

Autor do disparo, o sargento do Exército Glaydston Pinheiro, foi preso, em sua casa no Jardim dos Estados, por investigadores da Polícia Civil. Ele também passou todo o domingo na delegacia, sobre forte esquema de segurança. Nem mesmo a imprensa teve acesso as dependências da delegacia, tão pouco ao acusado para ouvir sua versão.

Depois de ouvir várias testemunhas, o delegado Gustavo Mussi colheu o depoimento do sargento, que foi indiciado por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo. A arma usada por ele era um revólver de calibre 38 que foi entregue a Polícia Civil. Assim que terminou o depoimento, Pinheiro foi levado para o 47º Batalhão de Infantaria, onde deve permanecer preso.

O crime

O sargento atirou contra o assessor nas imediações de uma boate na região central de Coxim. Por enquanto, a única versão que a imprensa teve acesso foi da vítima. Ele contou que tinha deixado o bar da boate e seguia para casa, quando resolveu encostar em um carro para urinar. Marçal não tinha percebido que tinha gente do veículo. O proprietário do VW Golf, de cor vermelha, era Pinheiro, que se ofendeu. Eles começaram a discutir e o sargento sacou a arma e atirou na boca do assessor, fugindo em seguida.

Na delegacia, Pinheiro não quis falar pela imprensa. Já eram quase 19 horas quando ele foi tirado da sala do SIG (Serviço de Investigação Geral) para ser ouvido. Com o rosto coberto, ele passou pela imprensa sem dar uma palavra e seguiu para o depoimento. A única informação, extraoficial, é de que o sargento alegou legítima defesa. O Edição MS está tentando um posicionamento do Exército.

Sheila Foratoediçãoms