O grupo J&F, do qual fazem parte o frigorífico JBS e a Eldorado Celulose, é investigado por pagar propina em troca de incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado durante a gestão de André Puccinelli (PMDB), que encerrou seu segundo mandato em 2014.
Eles teriam pago R$ 10 milhões por meio de contratos fraudulentos de maquinário e doações de campanha.
O grupo está entre os investigados da Operação Lama Asfáltica que teve a quarta fase deflagrada nesta quinta-feira (11). De acordo com a Polícia, o ajuste de isenção fiscal entre governo e o JBS foi assinado em 2014 e desde então a relação é investigada.
Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado, Cleo Mazzotti, as análises apontam que em geral se cobrava entre 20% e 25% de propina em cima do valor de incentivo fiscal.
O montante era repassado aos membros do governo envolvidos no esquema de corrupção de duas maneiras. Segundo a PF o grupo pagou a propina por meio de doação legal de campanha eleitoral e aluguel fictício de máquinas da empresa Ase Participações e Investimentos Ltda.
Mazzotti afirmou durante coletiva, que a JBS locou um grande número de máquinas pesadas sem motivo declarado. “Não havia sentido logico nas locações, que levaram muito tempo e com preço alto. Eles pagavam as mesmas maquinas o tempo todo e elas ficavam parada”.
A empresa foi alvo da segunda fase da Operação Lama Asfáltica, em 2016, e pertencia aos sócios João Amorim e Elza Cristina Araújo dos Santos Amara. Na época a Polícia Federal viu o lucro da empresa crescer rapidamente após sua criação, em 2013.
A ASE era suspeita ainda de não ter nem maquinário para honrar contratos de locação de equipamentos, mas tinha um avião avaliado em US$ 900 mil em seu patrimônio.
Outro lado – Em nota, e Eldorado confirma que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em Três Lagoas na manhã de hoje (11). “A companhia está segura de que a questão será esclarecida e afirma que todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A empresa se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais”.
A JBS foi procurada, mas não comentou o caso até o fechamento da matéria.