Setor de álcool e açúcar cresce e MS fica em 4° no ranking nacional

Mato Grosso do Sul fechou a safra de cana-de-açúcar 2016/2016 com índices positivos, de acordo com dados apresentados na manhã desta terça-feira (2) pela Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul). Foram 649 mil hectares plantados, 4% a mais comparado à safra anterior, segundo a entidade.

Mesmo com a instabilidade climática, com chuvas registram excessos no início do ano e estiagem entre agosto e outubro, o plantio não sofreu grande impacto, garantindo ao Estado o 4° lugar no ranking de produção nacional, com 81,7 toneladas de cana por hectare plantado e aumento de 3,3% comparado à safra 2015/2016.

De acordo com o presidente da Biosul, Roberto Hollanda, o clima é fator preponderante para a safra e, em 2016, a expectativa iniciou positiva, com chuvas regulares, mas a estiagem de setembro influenciou em parte da produção.

“Quando chove, a colheita é interrompida e como Mato Grosso do Sul tem uma característica climática própria, a colheita para quando segue na maior parte do País e é retomada no período de entressafra nas demais regiões. Isso atrapalha um pouco o resultado, mas o setor tem aprendido a investir no manejo para não perder produtividade”, destaca o presidente, que informa ainda que a safra da cana tem contagem entre 1° de abril e 31 de março do ano seguinte.

Açúcar – Com produção de 1,74 milhão de tonelada, o produto registrou aumento de 31,3% na produção, mantendo o Estado como 5° maior produtor do País. Deste total, 72% é representado pelo VHP (destinado para exportação), 26% é açúcar cristal e apenas 2% é do tipo refinado.

Do total produzido, 15% abastece o mercado interno e 85% segue para exportação, principalmente por meio dos portos de Paranaguá e Santos.

Etanol – Enquanto a safra de açúcar cresceu, a de etanol registrou retração de 3,9%, segundo a Biosul. Foram 2,70 bilhões de litros do combustível que, mesmo com queda na produtividade, mantém Mato Grosso do Sul como 3° maior produtor do Brasil.

“É uma reação comum, quando a produtividade do açúcar cresce, a do etanol retrai, o que não necessariamente representa em algo prejudicial. Mesmo com esse cenário, do total da produção de cana do Estado, 72% segue para produção de etanol e 28% para o açúcar”, avalia Hollanda.

O etanol sul-mato-grossense tem 88% de sua produção destinada aos estados fronteiriços de São Paulo, Minas Gerais e Paraná e apenas 12% é mantido no mercado interno.

“Ainda é muito baixo o consumo interno, infelizmente. Se contabilizar a participação do etanol na gasolina, esse percentual sobe para 37%”, comenta o presidente da Biosul.

Em um comparativo, no Estado, 86% do combustível comercializado nas bombas é gasolina e apenas 14% é etanol, enquanto que em São Paulo é 46%; Goiás 41% e Paraná 30%.

Setor é o maior gerador de empregos na indústria, afirma Biosul (Foto: Elci Holsback)
Setor é o maior gerador de empregos na indústria, afirma Biosul (Foto: Elci Holsback)

Safra 2017/2018 – A próxima safra tem estimativa de retração, com 51,4 mil toneladas de cana colhida nos 657,5 mil hectares plantados.

De acordo com a Biosul, houve aumento de 1,39% na área cultivada, mas perda de safra de 4,3% por hectare colhido, que deve ser de 78,2 toneladas/ha. Contudo, mesmo com a redução, deve haver aumento na produção de açúcar de 2,6%, chegando a 131,1 kg por ATR.

“Há interferência da irregularidade do clima, mas mesmo com menor safra, haverá maior produção de açúcar”, comenta Roberto Hollanda.

O presidente da Biosul destaca que o setor sucroalcooleiro é o maior gerador de empregos da indústria e 4° maior no agronegócio sul-mato-grossense.

“São 25 mil empregos diretos, 75 mil indiretos e o maior salário médio da categoria, com média de R$ 2.437. É a 4° maior massa salarial da agricultura e a principal da indústria do nosso Estado”, finaliza.

 

*Elci Holsback – Campo Grande News