O mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve mais um dia de estabilidade, aguardando novas notícias para trazer oscliações mais fortes e expressivas. Os preços no mercado interno também refletem o cenário internacional.
De acordo com o analista de mercado Camilo Motter, o mercado adotou essa semana como uma expectativa para os relatórios de estoque trimestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que deve trazer um aumento de soja, milho e trigo em comparação com o mesmo mês do ano passado. Também é aguardado o relatório de primeira intenção de plantio dos americanos – que deverá trazer um aumento expressivo no plantio de soja, de 33,7 milhões de hectares em 2016/17 para 35,7 milhões de hectares.
No mercado interno, os fretes apresentaram uma pequena melhora, depois de recordes. Mas os prêmios, por sua vez, estão melhores. Os preços perderam de R$6 a R$7 por saca nos últimos 40 dias. Isso faz com que as praças brasileiras apresentem os piores preços desde maio/junho de 2015. Se for considerado que os custos evoluíram, a situação se mostra bastante difícil no momento.
“Nós vivemos uma situação de mercado travado, parado”, destaca Motter. Os preços não atraem os produtores e há um menor volume de negociações antecipadas no comparativo com a média histórica. Neste ano, apenas 45% da safra foi vendida antecipadamente, contra 65% do ano passado e 45% da média histórica.
Motter acredita que algumas situações, daqui pra frente, irão gerar necessidade de venda, como a liberação de espaço nos armazéns. Poderão haver nuances positivas no mercado internacional juntamente ao mercado climático. No câmbio, complicações com a política brasileira também podem gerar oportunidades de venda.
Já no mercado do milho, entre tantas notícias negativas de preços baixos, a operação Carne Fraca poderá afetar substancialmente os preços. Há um baixo volume de exportação comprometido da safrinha até agora, combinado com uma safra de verão cheia e uma safra de inverno evoluindo com normalidade.