Governador de MS chama operação Carne Fraca de ‘pirotecnia’

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, disse, neste domingo (19), durante assinatura de ordem de serviço para reconstrução de uma ponte em Guia Lopes da Laguna, a 213 quilômetros de Campo Grande, que a Polícia Federal prestou um desserviço ao fazer o que ele chamou de “pirotecnia” diante da operação Carne Fraca, que identificou irregularidades em 21 frigoríficos, em várias partes do país.

“Não se trata de defender os maus funcionários e empresários corruptos, que devem ser punidos com rigor. O que nos causa preocupação é por que essa pirotecnia, desqualificando toda a carne brasileira. Isso é muito ruim, prejudicial ao mercado e ao país. Será que tem algum pano de fundo nisso tudo?”, questionou.

Mato Grosso do Sul não está entre os estados alvos da operação, mas é um dos maiores produtores de carne do país. Somente no primeiro bimestre do ano, o estado exportou US$ 48,586 milhões em carnes desossadas de bovino, congeladas; além de US$ 43 milhões em pedaços e miudezas de galos e galinhas congeladas e US$ 23,54 milhões em carnes desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas.

Segundo Azambuja, o Brasil já enfrenta resistências de países, como Estados Unidos e Austrália, em razão do crescimento das exportações brasileiras. “Há 5 mil frigoríficos em todo o País e se há uma investigação há dois anos os culpados já deveriam estar presos. É um erro da investigação em passar a impressão que todos os frigoríficos agem de má fé em prejuízo ao consumidor. A certificação sanitária no Brasil é reconhecida internacionalmente, a carne produzida aqui é considerada de alta qualidade”, disse o chefe do Executivo.

JBS e Brasília
Reinaldo afirmou ainda que vai se reunir com entidades do setor pecuário e avaliar com o Ministério da Agricultura o impacto do que chamou de “estardalhaço” da Polícia Federal. Nas eleições de 2014, Reinaldo Azambuja recebeu da JBS R$ 10,5 milhões, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através da direção nacional e do Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República.

No sábado (19), o secretário de Estado e Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, também falou sobre a operação da Polícia Federal. Para ele, a repercussão negativa que a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, pode surtir no mercado consumidor do produto, tanto interna quanto externamente.

“Como um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do país, Mato Grosso do Sul pode ser seriamente prejudicado caso os fatos não sejam claramente esclarecidos e pairem dúvidas nos consumidores quanto à qualidade do produto de origem local”, declarou.

“A forma de divulgação das notícias tem apresentado o problema maior que ele é. O Brasil possui um sistema de vigilância sanitária extremamente eficiente, reconhecido no mercado internacional. Temos que focar nos problemas identificados de determinadas plantas industrias e de determinadas empresas e tomar medidas rápidas para dar segurança ao mercado. O risco, hoje, é desestruturar a cadeia produtiva de aves, bovinos e suínos, comprometendo as exportações e o consumo interno”.

Segundo a assessoria de imprensa do governo, o secretário Jaime Verruck irá a Brasília, nesta segunda-feira (20), para buscar informações adicionais junto ao Ministério da Agricultura, bem como verificar quais são ações podem ser adotadas para não prejudicar as exportações de Mato Grosso do Sul.

 

* G1 MS