Prefeito de Costa Rica é ‘noiva desejada’ entre nomes fortes para eleição de 2018
O prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (PR), tem sido apontado como uma “noiva desejada” entre os partidos políticos sul-mato-grossenses. Afinal, o município está entre os mais altos índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado e tem sido destacado pela gestão em áreas críticas como a saúde e a educação.
No fim do ano passado, o modelo de gestão de Waldeli ficou nacionalmente conhecido com o pagamento do 14º, 15º, 16º e metade de um 17º salário para professores da rede municipal de ensino. A cidade tem o melhor índice do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em Mato Grosso do Sul e um programa de qualificação contínua dos professores, que reflete diretamente no rendimento dos alunos.
Na saúde, Costa Rica também tem sido bem-sucedida,focando suas ações em estratégias mais inteligentes que o modelo hospitalocêntrico que vigora no Estado. A cidade é referência nacional na atenção básica, com 100% de cobertura contra menos de 40% em Campo Grande, por exemplo. Na prática isso significa que todas as regiões costarriquenses são cobertas por postos de saúde. Os pacientes saem dos postos com toda a sequência de tratamento definida: exames, agendamentos e medicamentos. É um dos poucos municípios do país sem demanda reprimida para consultas na rede pública de saúde.
Nas últimas eleições, Waldeli foi reeleito com 76,57% dos votos (o maior percentual de votos válidos em Mato Grosso do Sul). Na Câmara, sua coligação emplacou 9 dos 11 vereadores. Apesar de comandar um município pequeno, inexpressivo no quesito “quantidade de votos”, a gestão promovida pelo prefeito de Costa Rica chama a atenção em meio a muita incompetência gerencial e corrupção que têm regido a coisa pública Brasil afora, o que, aliada à crise econômica, tem transformado muitos gestores em figuras apagadas no elenco de possibilidades para a próxima eleição.
“Dá para entender os motivos pelos quais ele está sendo elencado como um possível nome para 2018, não é? Afinal, boa política começa com boa gestão”, diz uma fonte do PMDB que pede para não ser identificada. Ocorre que, apesar de integrar o grupo político do ex-governador André Puccinelli (PMDB), Waldeli pode ter asas para um voo solo em 2018, afirma nossa fonte. E isso incomoda outras alas da legenda.
Ontem, em entrevista ao jornal O Estado, Waldeli demonstrou interesse na Governadoria, mas afirmou que uma possível candidatura sua em 2018 só seria possível com uma aliança entre PMDB e PSDB, e com o apoio formal de Puccinelli e do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). “Se for para eu entrar, vai por consenso e para valer”, avisa Waldeli.
“Hoje temos o seguinte cenário: Azambuja e André. São os nomes mais fortes para o governo do Estado. Mas eu não vou ser a terceira via. Vou ser sincero, já tivemos conversas sobre isso e meu nome foi colocado como possível candidato ao governo. Eu aceito, desde que tenha um acordo para que Puccinelli e Reinaldo não disputem, para que eu seja o candidato de consenso. Não quero me indispor com nenhum dos dois, essa é a minha condição”, explicou o prefeito.
Dentro do diretório estadual do PMDB, há uma corrente que atribui a Waldeli tanta força política para o enfrentamento de 2018 quanto a de Puccinelli e a da senadora Simone Tebet (PMDB).
Questionado sobre a possibilidade de ser candidato a vice em uma composição, o prefeito de Costa Rica afirmou que não tem interesse nesta hipótese. “O modelo de gestão para Costa Rica foi planejado para 20 anos e ele fecha o ciclo em 2020. Se houver o convite para ser primeira via [ao governo do Estado] eu aceito, mas se for para ser vice-governador eu não vou, para isso existem outras lideranças”, comentou.
Por O Estado MS
Eduardo Coutinho e Victor Barone