Seguindo os passos de Mato Grosso do Sul, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda de qualquer produto que tenha em sua composição Noz da Índia e Chapéu de Napoleão, cujo nome científico é Aleurites moluccanus e Thevetia peruviana, respectivamente. A probição é válida em todo território nacional.
O Estado já havia proibido a venda do produto no dia 18 de novembro de 2016 e o Governo Federal publicou a resolução na manhã deste terça-feira (7) no Dou (Diário Oficial da União). Além da comercialização, a resolução também veda a fabricação, distribuição, importação, uso e divulgação, em todos os meios de comunicação, de medicamentos e alimentos.
Para a decisão, a Anvisa considerou a resolução da SES (Secretaria do Estado de Saúde) que além de todas as proibições já citadas também determinou a apreensão e inutilização das unidades do produto encontradas no mercado ou à venda com indicação terapêutica na embalagem.
Intoxicação – A Noz da Índia já está proibida em países como Espanha, Austrália e Chile. O consumo da semente da planta pode resultar em quadros de intoxicação grave ou severa. Há relatos de morte e intoxicação grave em outros estados do país como São Paulo, Goiás e Espirito Santo.
Na resolução a Anvisa considerou as evidências de toxicidade do produto e a ocorrência de casos de óbitos no Brasil, a venda irregular desses produtos e a divulgação deles com indicações de emagrecimento, por suas propriedades laxativas.
Ainda de acordo com a Agência, as sementes de Chapéu de Napoleão se assemelham as de Noz da Índia e, quando ingeridas, também são altamente tóxicas e tem o seu uso proibido em diversos países.
A médica gastroenterologista e hepatologista – especialista em funções digestivas e no fígado – , Luciana Araújo Bento, chegou a alertar que o produto não devia ser consumido em nenhuma situação, em entrevista ao Campo Grande News.
Morte – No dia 1º de fevereiro de 2016, a cantora gospel Claudinha Felix, como era conhecida, morreu após consumir a planta. Ela teve uma parada cardiorrespiratória quando era atendida no posto de saúde do Bairro Nova Bahia, em Campo Grande.
Na época, os familiares relataram que, Claudinha ouviu falar da “noz da Índia” em uma academia que frequentou no ano passado. Tomou o chá do produto por cerca de 30 dias, mas, passou a apresentar quadros frequentes de falta de ar, inchaço, cansaço, fraqueza no corpo, queda de pressão e até desmaios.
* Campo Grande News