Soja sustentável gera acordo inédito com a União Europeia

Memorando assinado por entidades do Brasil do bloco econômico cria plano de ação para produção e comércio do grão, com foco na melhoria contínua das condições sociais, de trabalho e ambiental nas fazendas produtoras

O documento, assinado na tarde da última quinta-feira (19), em Lisboa, Portugal, reconhece o programa Soja Plus, desenvolvido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação Brasileira de Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), como o caminho mais adequado para se estabelecer e, futuramente, reconhecer que a soja mato-grossense é sustentável, abrindo o caminho para a entrada do produto na Europa.

“Com a assinatura, o Soja Plus passa a ser reconhecido com um programa de produção sustentável, ou seja, é o passaporte da soja brasileira para o mercado europeu”, afirma Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja-MT.

Abertura Nacional da Colheita de Soja 2016/2017
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O Soja Plus tem por finalidade a melhoria contínua das condições sociais, de trabalho e ambiental nas fazendas produtoras de soja. Em Mato Grosso, primeiro estado a implantá-lo, o crescimento do programa nos últimos cinco anos foi de 78% em número de participantes, atualmente com 1,087 produtores. O objetivo, segundo a Aprosoja-MT é chegar a 1.300 agricultores até o fim de 2017.

Também fazem parte do programa o estado do Mato Grosso do Sul, Bahia e Minas Gerais. Outra meta da Aprosoja e Abiove é que outros estados brasileiros que tenham produção de soja implantem o programa.

Em abril do ano passado, as entidades brasileiras assinaram um memorando de entendimento do programa Soja Plus com a China Soybean Industry Association (CSIA), órgão ligado ao Ministério da Agricultura chinês, e que conta com 700 associados, entre produtores rurais, processadores e traders. “Assim como foi com a China, a concretização deste memorando com a Europa é um momento histórico para a entidade e também a confirmação de um trabalho árduo que fazemos cotidianamente em campo”, garante Dalcin.

O presidente da Federação Europeia de Óleo Vegetal e Proteínas (Fediol), Henri Rieux, que participou como representante europeu, o ponto forte desse acordo é que empresas estão se comprometendo com uma abordagem em cadeia para lidar com a questão da produção sustentável de soja no Brasil e a aceitação desses produtos na Europa. “Estamos confiantes de que esse diálogo aprimorado terá um impacto positivo e nos permitirá atender melhor às necessidades das partes interessadas na Europa”, diz Rieux.

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Da esquerda para a direita, representantes da: Aprosoja, Fefac, Iaca, Fediol, Abiove e IDH

Outra parte interessada e que também assinou o memorando, a Federação Europeia dos Fabricantes de Rações (Fefac) também considerou o acerto um avanço importante e necessários entre os países. “Com este acordo, podemos apoiar proativamente avanços de agricultura sustentável no nível das fazendas de soja no Brasil e nos aproximar mais de uma transição de mercado convencional do fornecimento físico responsável de soja para a Europa”, destaca Ruud Tijssens, presidente da Fefac.

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