A notícia estarrecedora da semana foi a divulgação do samba enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que ao fazer uma homenagem ao índio, acaba por difamar o Agronegócio brasileiro.
Nada contra a homenagem aos indígenas e muito menos enaltecer a grande reserva do Xingu, ao norte do Mato Grosso, divisa com o Pará, criada pela Presidente Getúlio Vargas, por indicação do professor Darci Ribeiro. Claro, que é um exagero enaltecer o cacique Raoni, como o “guardião das florestas” no Brasil.
Portanto, nada contra os indígenas.
O problema do samba enredo e de alguns carros alegóricos, já anunciados, traz uma mensagem contra o Agronegócio brasileiro, de forma agressiva e pejorativa. Certamente, ONGs internacionais estão patrocinando esse tema da escola. O compromisso dessas ONGs, que se intitulam defensoras do Ambiente, mas na verdade, querem barrar o desenvolvimento do Agronegócio brasileiro e a abertura dos mercados internacionais, competindo com a ineficiência desses países. É uma questão de geopolítica internacional.
De outro lado, é um prato cheio aos partidos da “esquerda folclórica” brasileira, defensoras, em seu ideário partidário, da socialização dos bens de produção, como ocorreu na URSS, Cuba, China e recentemente por Hugo Chaves, na Venezuela, dentre outros países comunistas. Por isso, ideologicamente lutam contra o Agronegócio brasileiro, em todas as instâncias.
Além de ranços religiosos, que admitem injustiças cometidas contra o povo indígena no passado. Mas, não se faz justiça para uns com a injustiça para outros.
Num país continental como o Brasil, não tem sentido, jogar os indígenas contra os produtores rurais, quando o objetivo é defender políticas públicas para melhoria das condições de vida dos indígenas. E, de forma equivocada, enganar a população urbana.
O Brasil “continental” tem 851 milhões de ha. Segundo o IBGE, a população indígena brasileira é de aproximadamente 974 mil pessoas. Detém 112 milhões de ha (13,2% do território nacional), o equivalente a 115ha/habitante. Segundo o mesmo IBGE, a metade dos indígenas não vivem nas aldeias e sim em áreas urbanas, a maioria mendigando. Portanto, para quem fica na aldeia, tem aproximadamente 230ha/habitante. E, não conseguem serem autossuficientes em alimentos, necessitando de auxílios governamentais. Para exemplificar, menos de 15% dos produtores do RS tem área maior do que essa!
De outro lado, os produtores brasileiros representam apenas 15% da população e produzem alimentos em abundância e com qualidade para si e outros 85% que vivem nas cidades. E, excedentes exportáveis em crescimento, batendo recordes a cada ano que passa. Mais uma vez o Agronegócio brasileiro segurou nossa economia em 2016, responsável por mais de 25% do Produto Interno Bruto, geração de um terço dos empregos e único setor positivo na balança comercial.
E, na produção vegetal ocupam 59 milhões de ha para culturas anuais e 19 milhões de ha com culturas permanentes, totalizando 78 milhões de ha, equivalente a 9,2% do território nacional.
É preciso colocar a verdade. Não a difamação do Agronegócio!
Elmar Luiz Floss
Engenheiro agrônomo e licenciado em ciências, doutor em agronomia, professor e diretor do Instituto Incia – e.mail: elmar@incia.com.br