O aluno do curso de formação do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, Rodrigo Claro, de 21 anos, faleceu por volta das 22:30 desta terça-feira (15), no hospital Jardim Cuiabá. Ele estava em coma na Unidade de Terapia Intensiva, após passar mal em uma aula prática na tarde de quinta-feira (10), na Capital.

Segundo denúncias, o aluno sofreu afogamento por parte de uma instrutora durante treinamento realizado na Lagoa Trevisan. Após reclamar da exaustão ele havia sido dispensado e teve convulsões quando já foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá.

O Muvuca Popular entrou em contato com a mãe do aluno, Jane Claro, que mora em Tangará da Serra e a mesma disse que seu filho havia enviado mensagem de texto avisando que algo poderia acontecer com ele, pois a tenente que dava instrução o ameaçava.

Colegas de Rodrigo Claro disseram que ele foi torturado “Ele levou vários ‘caldos’ (quando a pessoa é forçada a ficar embaixo d’água) e chegou a reclamar que não estava passando bem. Mas os caldos continuaram e ele só foi tirado da água quando não aguentava mais. E ainda o mandaram ir embora, que era para ele sumir de lá”, disseram.

Informações de outros alunos dão conta que o treinamento se dava na base da tortura, tratamento desumano, degradante e levado à exaustão quando então finaliza com afogamentos.

O corpo do aluno está sendo levado neste momento ao IML para fazer autópsia.

O corpo de Rodrigo Claro chegou às 01:20h no IML, e até até as 08:30 da manhã desta quarta-feira (16) não havia sido liberado da necrópsia por falta de luvas cirúrgicas estéreis. O governo do estado havia comunicado que comprou essas luas especiais na semana passada, quando um outro corpo chegou a passar 12 horas esperando para ser liberado, no entanto o Instituto alega que não tem e terá que pedir emprestado para uma instituição particular, caso queira que se libere o corpo. O Muvuca Popular entrou em contato com a mãe de Claro, que já abalada disse estar sofrendo duas vezes por não saber o que fazer.