Descoberto o leito de calcário onde corpo de Jesus teria sido deixado

RIO – Poucas horas depois de levantarem uma placa de mármore da tumba na qual Jesus teria sido enterrado, na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, pesquisadores encontraram um leito funerário escavado em pedra de calcário no local sagrado, na sexta-feira. Inicialmente, a equipe havia encontrado apenas materiais de enchimento abaixo da primeira placa de mármore, mas conforme prosseguiram com exaustivas horas de escavação, foi encontrada o que acredita-se ser a laje original, segundo informações da “National Geographic

— Eu estou completamente maravilhado. Meus joelhos estão tremendo um pouco porque eu não estava esperando isto. Não podemos falar 100%, mas me parece uma prova visível que a localização da tumba não mudou com o tempo, algo que cientistas e historiadores têm se perguntado por décadas — afirmou o residente em arqueologia da “National Geographic”, Fredrik Hiebert.

Além disso, pesquisadores confirmaram a existência de paredes originais de calcário na tumba — há mais de mil registros de tumbas deste tipo, escavadas em cavernas, na região de Jerusalém.

A tumba estava selada desde 1555 e passa agora por um amplo projeto de restauração e estudo liderado pela Universidade de Atenas. Por apenas 60 horas, os pesquisadores foram autorizados a acessar diretamente a tumba. Diz-se que a cobertura de mármore foi posta sobre a tumba como forma de protegê-la de fiéis que tiravam seus pedaços como souvenir.

Frei franciscano observa o que seria a tumba de Jesus Cristo exposta pelos pesquisadores – GALI TIBBON / AFP

Agora, a equipe irá analisar os dados coletados no local sagrado de forma extensiva. A restauração na Edícula da Tumba, pequena estrutura do século XVIII localizada no centro da Igreja do Santo Sepulcro, continua por pelo menos mais cinco meses.

Nos últimos dias, o leito funerário foi selado novamente com mármore e pode permanecer fechado por séculos ou até milênios.

A conservação que implementamos foi feita para durar para sempre — afirmou a professora Antonia Moropoulou, que lidera a equipe de restauração.

Apesar de ainda ser arqueologicamente impossível afirmar se a tumba é o local em que o judeu conhecido como Jesus de Nazaré foi enterrado, há evidências indiretas que sugerem que a identificação do local por representantes do imperador romano Constantino alguns 300 anos depois pode ter sido acertada.

Os pesquisadores tiveram acesso ao local sagrado por apenas 60 horas – GALI TIBBON / AFP
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