O levantamento das populações de mariposas nesse começo de safra tem apresentado populações estáveis, e inferiores a safra anterior, no entanto existem alguns pontos (talhões) com problemas específicos.
Com o aumento das áreas plantadas, a tendência é o aumento da população de insetos, em função da disponibilidade de alimento.
O monitoramento de mariposas tem um papel importante no manejo integrado de pragas, pois certas espécies podem colocar centenas de ovos, favorecendo assim a infestações dos mesmos nas lavouras, causando prejuízos e desequilíbrio biológico. Este monitoramento apresenta desta forma as tendências, para a ocorrência de pragas, que pode se concretizar ou não, dependendo do clima, inimigos naturais e outros fatores.
Entre as pragas que se destacam podemos citar a Spodoptera frugiperda, encontrada frequentemente nas plantas de milho “tigueras”. Devemos lembrar que esta praga, apesar de diversas tecnologias presentes para o seu controle, pode levar a prejuízos como desfolha e mesmo a diminuição do estande de plantas. A mesma vem se sobressaindo ano a ano na região, e no monitoramento realizado nas últimas 6 safras, nesta safra apresenta-se novamente como a de maior expressão, sendo capturado até 3 mariposas na média por noite (gráfico abaixo)
Uma das táticas dentro do Manejo Integrado de Pragas está na eliminação do alimento da praga, e as tigueras de milho são hospedeiras ( de Spodoptera frugiperda e complexo), mas vale ressaltar ainda que temos outras como a cigarrinha (Dalbulus maidis) o qual leva aos enfezamentos, na cultura do milho, devendo o produtor que tiver esta cultura no verão, realizar um bom controle, ou mesmo o produtor de soja que irá semear o milho safrinha, lembrar que senão controlar este milho tiguera, poderá levar o problema para a próxima safrinha, fazendo as chamadas Pontes Verdes.
Outra praga observada em grande quantidade nas últimas safras e nesta têm apresentado alta ocorrência são as vaquinhas (Diabrotica spp e Lagria villosa), que levam a desfolha inicial da cultura da soja. Existem diversos inseticidas no mercado com ação na mesma, entre eles nos protocolos da Fundação Chapadão se destacaram o Acefato e as misturas prontas de Piretródes + Neonicotinóides. Como é uma praga que apresenta vários hospedeeiros alternativos e se encontra diversas tigueras de milho nas lavouras, os fluxos de saída da praga, ocorrem nas diversas fases da cultura, devendo o produtor se atentar a esta questão e se necessário reaplicar a área.
Para quem ainda está dessecando entre as práticas recomendadas pela Fundação Chapadão estão a amostragem das lavouras anterior a semeadura e se necessário a utilização de inseticidas para o controle destas pragas. Existem no mercado também alguns inseticidas utilizados em tratamento de sementes que podem combater lagartas que porventura venham a colonizar após a semeadura. O controle químico também é uma alternativa viável se necessário, sendo diversos inseticidas, associações recomendadas para o controle destas pragas, com recomendação na publicação da Fundação Chapadão.
As outras lagartas ainda se encontram em menor quantidade, no entanto áreas semeadas sobre resteva de algodoeiro, pode se encontrar mais as lagartas de Helicoverpa armigera, devendo o técnico estar atento ao bom monitoramento recomendado nos últimos anos. Neste ano o número de Helicoverpa coletadas nas armadilhas é superior ao ano anterior (Gráfico), ocorrendo em alguns talhões a sua necessidade de manejo.
Outras pragas foram observadas nas lavouras implantadas, devendo-se ficar atento quanto a sua ocorrência sendo alvos de estudos da Fundação Chapadão, entre elas podemos citar as tripes, mosca-branca e percevejos, com ocorrência nas lavouras de soja já implantadas.
Para maiores detalhes os pesquisadores e técnicos da Fundação Chapadão estão à disposição para o manejo das referidas pragas. O telefone para contato é (67) 3562-2032.
Monitoramento de mariposas capturadas em armadilha de feromonio, nas safras de 2015/2016 e na safra 2016/2017, Fundação Chapadão, 2016.