MS vai pagar 13º em parcela única até 20 de dezembro, diz Azambuja

O governo de Mato Grosso do Sul vai pagar o 13º salário dos servidores públicos em uma parcela única, até o dia 20 de dezembro, prazo previsto na lei. A garantia foi dada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em entrevista do G1 sobre a situação econômica do estado. Segundo ele, serão injetados no fim de ano na economia do estado somente com este pagamento, mais R$ 400 milhões.

Azambuja disse que nestes 22 meses de gestão conseguiu equilibrar as finanças de Mato Grosso do Sul, adotando uma política de contenção de gastos e apostando no diálogo com o governo federal para avançar em uma pauta de investimentos e ações. Graças a essas medidas, ele aponta que o governo sul-mato-grossense não precisou adotar medidas extremas, como a do Rio de Janeiro, que decretou calamidade em razão da crise financeira em junho deste ano.

“A decretação de calamidade é uma medida muito extrema num momento em que o governo federal anuncia a retomada do crescimento e a disposição de ajudar os estados. O estado de Mato Grosso do Sul não trabalhou com essa possibilidade, preferimos agir para garantir o equilíbrio das contas dos Estados. Nós temos que avançar numa pauta de investimentos e de ações. O Brasil dá sinais de retomada de crescimento, embora modesta, mas sinaliza já para 2017”, diz o governador.

Essa ação do Executivo Estadual possibilitou, conforme ele, que ao invés de cortar, o governo fizesse investimentos em setores considerados prioritários como saúde, segurança e educação, ao mesmo tempo em que saneava suas finanças e cumpria suas obrigações.

“Exemplos dos investimentos podem ser medidos nas ações para a área da educação que somaram mais de R$ 42 milhões em estrutura física, reformas de escolas, kits escolares e uniformes, também houve investimento na formação do corpo docente da Rede Estadual de Ensino, além de garantir o melhor piso salarial do país aos professores, que hoje está em R$ 4.727,67”, diz.

O governador diz que na área da saúde foram investidos mais de R$ 212 milhões. “Os recursos foram empregados na Caravana da Saúde, que diminuiu a fila de anos de espera da população sul-mato-grossense por atendimento à saúde, implantamos a hemodiálise nos municípios de Coxim e na Grande Dourados, 18 novas máquinas; investimento de mais de R$ 1,5 milhão em equipamentos. Mais de 50 mil cirurgias; 850 mil procedimentos; mais de 100 mil consultas; mais de 34 mil exames e 240 mil visitantes”, detalha.

Ainda na área da saúde, Azambuja diz que o governo vai dar início à construção dos hospitais regionais de Três Lagoas e Dourados, e lembrou que também foram investidos recursos estaduais para a conclusão da obra do Hospital do Trauma de Campo Grande, que será entregue em julho de 2017, após duas décadas do início da obra. “Acabamos de entregar dois novos pavimentos do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, com equipamentos de mamografia e raios-X e 20 leitos de UTI”, completa.

Outro investimento considerado prioritário, conforme o governador foi na área do segurança pública, que recebeu R$ 96 milhões em recursos. “Para reforçar a segurança da população fizemos a aquisição de viaturas, armas, munição e coletes. Também convocamos 1,6 mil novos policiais, militar, civil e bombeiros, como também realizamos concurso para a contratação de 438 novos servidores que vão atuar no sistema penitenciário do estado”, comenta.

Na área da infraestrutura, o governador explica que foi lançado o programa “Obra Inacabada Zero” para concluir as obras inacabadas herdadas das gestões anteriores. “Optamos por concluir todas as obras paradas que o estado tinha. Recebemos 200 obras de herança das gestões anteriores e já concluímos mais de 94%, em apenas 22 meses da nossa gestão. Foram investidos R$ 580 milhões, entre obras de pavimentação, recapeamento, estruturas, saneamento e outros. Apenas as obras de pavimentação das rodovias MS-178 (R$ 20 milhões), MS-382 (R$ 44 milhões) e a construção do presídio feminino de Campo Grande (R$ 13,6 milhões) estão paralisadas por problemas nos projetos de execução dessas obras”, aponta.

Na habitação, o governador diz que foram lançadas 10.166 novas unidades habitacionais, das quais 8.034 já foram entregues. “Estamos lançando também dois novos programas para atender a população do estado, o Cheque Moradia e Lote Urbanizado”.

Em relação a remuneração dos servidores e o pagamento dos fornecedores, o governador diz que a manutenção em dia é uma das prioridades de sua gestão. “Nossa administração pagou os salários dos servidores estaduais rigorosamente em dia. A manutenção dos pagamentos dos contratos dos fornecedores do estado seguiu a mesma regra que definimos quanto à manutenção dos investimentos e o pagamento dos salários dos servidores. Enxugamos a máquina, fizemos ajustes fiscais necessários para manter a saúde financeira de Mato Grosso do Sul, mas não deixamos de investir, também não deixamos de honrar contratos e pagar nossos servidores”, afirma.

Como exemplo do trabalho para reduzir o custo da máquina, o governador cita as negociações dos contratos com alguns fornecedores. “Estamos em uma negociação desde o mês de julho para baratear a tarifa por ligação de tráfego fixo para telefone móvel (VC1) que hoje custa aos cofres estaduais R$ 0,48. Nossa negociação é para baixar esse custo para R$ 0,24. Outras ações de enxugamento do custeio também foram realizadas como a extinção do transporte especial para 400 servidores, que gerou uma economia de R$ 3,5 milhões, reestruturação no sistema de diárias, economia de R$ 3 milhões e na redução de 5% no custo das passagens rodoviárias e 8% nas aéreas com planejamento e antecipação de compra”, detalha.

A Assembleia Legislativa foi procurada insistentemente pelo G1 durante toda a semana para que participasse da reportagem e o representante da sua comissão que cuida dessa área, Acompanhamento de Execução Orçamentaria, fosse entrevistado pela reportagem, mas até o fechamento da matéria o Poder Legislativo do estado não se manifestou sobre o assunto.

 

G1 MS