Mulher teria forjado próprio sequestro para tirar dinheiro do marido

A Polícia Civil desvendou o mistério do suposto sequestro de Angela Mamed, investigado desde a manhã desta sexta-feira (14). Pelas investigações, os policiais descobriram que a mulher não foi sequestrada, sequer esteve em Campo Grande e, na realidade, a principal hipótese é de que ela estaria tentando aplicar um golpe para tirar dinheiro do namorado, lá de Manaus- AM – cidade onde mora.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Alexandro Mendes de Araujo, policiais ligaram para a mãe de Angela, que mora em Manaus, e a mulher se mostrou surpresa com a notícia de sequestro. “Ela disse que a filha estava em casa, super bem”, explicou.

O caso foi denunciado por Cleberson dos Santos Patrocínio, 26 anos, que se apresentou a polícia como marido de Angela. A polícia agora investiga se as mensagens que chegaram ao celular dele, dizendo que a mulher estava em cárcere privado, foram enviadas por ela ou outra pessoal que tinha a intenção de extorqui-lo.

“Tudo indica que tenha sido ela mesmo, porque foram enviadas fotos e muitas mensagens, mas precisamos comprovar isso por meio da investigação para encerrar o caso”, explicou o delegado.

Suposto sumiço – O desaparecimento de Angela chegou à polícia na manhã de hoje, após denúncia de Cleberson de que ela teria sumido nesta quinta-feira (13), logo após chegar no aeroporto de Campo Grande.

Fotos com roupas sujas, chorando e ainda uma ligação dizendo “estou com sua mulher aqui e não vamos liberar ela” foram as últimas noticiais que ele teve sobre sua esposa.

Segundo o boletim de ocorrência, Angela teria ligado para o marido dizendo que havia chego na Capital e pegaria um táxi para ir até a rodoviária e depois seguir para Chapadão do Sul, município a 321 km de Campo Grande, onde ele mora.

Contudo, em seguida seu marido teria recebido uma ligação, as fotos e ainda mensagens por meio do WhatsApp em que os sequestradores pediam dinheiro pelo resgate da vítima, já que tinham usado todo o seu limite do cartão de crédito.

O que chamou a atenção, conforme o registro policial, é que na conversa do aplicativo, os sequestradores diziam que liberaram Angela na Rua Alcantara Machado, em Campo Grande, mas ela não apareceu.

Em entrevista ao Campo Grande News nesta tarde, Cleberson contou que vivia uma agonia desde que a esposa havia sumido. “Estou preocupado, porque eles ligam e ela fica chorando, pede pelo amor Deus para eu tirar ela de lá”, disse.

O rapaz disse que conheceu a mulher há cerca de nove meses, pela internet. Ele morava no Mato Grosso e ela no Amazonas, mas se viam frequentemente.

Antes dele vir trabalhar em uma madeireira em Mato Grosso do Sul, há cerca seis meses, eles teriam passado dois meses juntos e decidido se casar. “Ela queria vir para cá e eu disse que podia, não imaginei que ia acontecer isso”, afirma Cleberson.

O caso passou a ser investigado por equipes da Polícia Civil de Chapadão do Sul e do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros),m emCampo Grande, que acabaram descobrindo a verdade.

Caso a polícia confirme a participação da mulher na simulação de sequestro, Angela pode responder por ter feito a polícia investigar um falso crime e ainda pela tentativa de extorsão ao marido.

Luana Rodrigues cgnews