Os dois são vereadores, um da situação e outro na oposição, e na disputa mais acirrada por uma prefeitura de Mato Grosso do Sul, Alexandrino Garcia, do PR (Partido da República), venceu Marines Oliveira, do DEM (Democratas), por um voto a mais. Em Aral Moreira – a 364 km de Campo Grande – valeu a máxima que cada voto é importante para ganhar uma eleição.
Marines garante não ter ficado decepcionada, porque desde o início da campanha, sabia que a disputa seria acirrada. Ela teve 2.557 votos. “Agradeço a cada um que votou em mim e não tenho mágoa de nenhum eleitor”, afirmou.
Advogada e vereadora, Marines era a candidata apoiada pelo atual prefeito, Edson de David (PTB). Ela acredita que uma viagem foi decisiva para o resultado, embora esteja conformada. “Alguns parentes meus estavam viajando e não conseguiram votar, mas nada é por acaso. É coisa de Deus, não era para ser desta vez”.
Curiosidade – Quem é o dono do voto que decidiu a eleição? O candidato vitorioso, Alexandrino Garcia, conta que até agora está se perguntando isso e agradece a todos os 2.558 moradores de Aral Moreira que confiaram nele.
O futuro prefeito nasceu na cidade do sul do Estado, é pecuarista e também é dono de uma das cadeiras do plenário da Câmara Municipal. Ele afirma que sempre acreditou na vitória. “Tínhamos pesquisas internas que mostravam que estávamos na liderança. Foi uma campanha difícil, contra a candidata que tinha o prefeito do lado dela, foi uma vitória apertada, mas acho que merecemos e agora é trabalhar pelo povo”.
Eleitores reféns – O presidente do PEN (Partido Ecológico Nacional) e coordenador da campanha de Alexandrino, Daniel Palma, diz acreditar que o candidato de oposição ao atual governo teria mais votos se a prefeitura não fosse uma das maiores empregadoras da cidade com 11.586 habitantes e 6.859 eleitores.
“A prefeitura garante pelo menos uns 600 empregos aqui, muitos deles comissionados, as pessoas ficam com receio de ficar sem trabalho”, afirmou, dando a entender que estes eleitores e suas famílias acabam reféns e se sentem na obrigação de votar no candidato da situação.
Ele conta que durante a campanha, Alexandrino visitou todas da casas da cidade, na área urbana e rural – segundo o Censo 2010 são ao menos 2,7 mil – para mostrar seu plano de governo.
“Soubemos de muita gente que votaria no nosso candidato, mas não declarava o apoio publicamente. Não queria adesivar o carro e nem participar das reuniões, mas dizia que estava com a gente”.
Ainda há a possibilidade dos adversários –o Professor Eugênio Freire (PSC) também foi candidato e teve 409 votos– pedirem à Justiça Eleitoral a recontagem dos votos.
Campo Grande News