Suicídios de adolescentes deixam cidade de MS em alerta

Secretaria Municipal de Saúde, Corpo de Bombeiros, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Ministério Público Estadual e escolas particulares em São Gabriel do Oeste criaram plano de ação contra a prática de suicídio entre jovens na cidade.

De quarta-feira (21) até hoje, pelo menos 1,2 mil estudantes passaram por palestras com o capelão Edilson Reis, que é do Corpo de Bombeiros e da UFMS e desenvolve trabalho de orientação contra o suicídio.

A secretária municipal de Educação, Elizabetha Klein, explicou que capacitação com professores também foi feita e o momento é de extrema atenção. “É preciso reverter a situação para um lado positivo. Não podemos ter medo de procurar fazer a diferença na vida das pessoas”, afirmou.

O temor na cidade surgiu depois que adolescente de 15 anos se matou em meados de agosto. Ela vinha passando por tratamento, sofria de depressão e antes de morrer deixou mensagem em uma rede social. O namorado dela havia morrido dias antes em um acidente de trânsito. A família dela trabalha com ensino em São Gabriel do Oeste e o caso teve repercussão.

Enquanto já estava programada a semana de capacitação de professores e palestra com estudantes, outro jovem tirou a própria vida na cidade. O caso aconteceu na quarta-feira (21) com adolescente de 15 anos.

“Nenhum suicídio é um caso isolado. A pessoa dá sinais. O que precisamos fazer é ver o que esse adolescente está postando nas redes sociais, como ele se comporta. Oferecer apoio”, alertou Reis.

SITUAÇÃO EXTREMA

Nesta semana também surgiu o boato em São Gabriel do Oeste que haveria um grupo comunicando-se a partir de aplicativo de celular. Haveria 20 estudantes como integrantes que estariam discutindo tirarem a própria vida.

Ninguém confirmou a existência desse grupo, explicou Reis, que conversou com dezenas de estudantes e professores nos últimos três dias.

A Polícia Civil da cidade foi informada dessas supostas conversas e passou a investigar o caso para verificar a autenticidade das informações.

“O que vamos fazer é mostrar para esses jovens que existe uma família que se importa, uma sociedade que está preocupada com isso, uma escola que não quer que situação assim aconteça. Muita gente se preocupa”, explicou a secretária de Educação. Um trabalho de acompanhamento permanente deve ser montado no município.

RODOLFO CÉSAR – correiodoestado