Neste 20 de setembro comemora-se o dia do gaúcho.

Os tradicionalistas de Chapadão do Sul, membros do CTG, Centro de Tradições Gaúchas, Cultivando a Tradição e simpatizantes realizaram uma rodada de chimarrão, logo de madrugada, para comemorar a data.(foto)

Hoje ainda é a data de encerramento da Semana Farroupilha. Durante uma semana a chama crioula esteve ardendo nos CTGs espalhados pelo mundo e tradicionalmente apaga-se somente hoje, dia do Gaúcho.

Com ampla programação gastronômica e cultural, a Semana Farroupilha foi comemorada, neste ano, com o tema: República das Carretas.

Em Chapadão do Sul o encerramento oficial da Semana Farroupilha ocorre logo mais às 19 horas de hoje (20), com Show do Chimarrão ao Tereré e Carreteiro no cardápio principal do jantar.

O 20 de Setembro é a data máxima para os gaúchos. Neste dia celebram-se os ideais da Revolução Farroupilha, que tinha como objetivo propor melhores condições econômicas ao Rio Grande do Sul.

As Causas

O estado do Rio Grande do Sul vivia basicamente da pecuária extensiva e da produção de charque, que era vendido para outras regiões do País. No início do século XIX, a taxação sobre o charque gaúcho tornava o produto pouco competitivo, e logo o charque proveniente do Uruguai e da Argentina passou a abastecer esta demanda.

Alguns estancieiros, em sua maioria militares, propuseram ao Império Brasileiro novas alíquotas para seu produto, a fim de retomar o mercado perdido para os vizinhos do Prata. A resposta não foi nada satisfatória. Indignados com o descaso da Corte e cansados de ser usados como escudo em várias guerras na região, os gaúchos pegaram em armas contra o Império.

A guerra

Em 20 de Setembro de 1835, tropas lideradas por Bento Gonçalves marcharam para Porto Alegre, tomando a capital gaúcha e dando início à guerra. O governador Fernandes Braga fugiu para a cidade portuária de Rio Grande, que tornou-se a principal base do Império no estado.

Em 11 de Setembro de 1836, após alguns sucessos militares, Antônio de Souza Netto proclama a República Rio-Grandense, indicando Bento Gonçalves como presidente. O líder farrapo, no entanto, mal toma posse e, na Batalha da Ilha do Fanfa sofre uma grande derrota e é levado preso para o Rio de Janeiro, e logo em seguida para o Forte do Mar, em Salvador, de onde fugiria espetacularmente.

A revolução se estendeu por dez anos e teve altos e baixos para os dois lados. Um dos pontos altos foi a tomada de Laguna, em Santa Catarina com a ajuda do italiano Giuseppe Garibaldi, em 1839. Finalmente os farroupilhas tinham um porto de mar. Ali foi fundada a República Juliana (15 de julho de 1839).

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Após dez anos de batalhas, com Bento Gonçalves já afastado da liderança e com as tropas já muito desgastadas, os farrapos aceitam negociar a paz.  Em fevereiro do 1845 é então selada a paz em Poncho Verde, conduzida pelo general Luís Alves de Lima e Silva. Muitas das reivindicações dos gaúchos foram atendidas e a paz voltou a reinar no Brasil.

A cultura

A Revolução Farroupilha é o mito fundante da cultura gaúcha. É a partir dela que se estabelece toda a identidade do povo gaúcho, com suas tradições e seus ideais de liberdade e igualdade. Hoje a cultura gaúcha é reverenciada não só no estado, mas no país e no mundo, através dos milhares de CTGs (Centro de Cultura Gaúcha) espalhadas por todos os cantos. E a cada 20 de Setembro, o gaúcho reafirma o orgulho de suas origens e o amor por sua terra.

Veja abaixo a letra de uma música de Thê Barbaridade:

Hoje é dia do Gaúcho, pode esquecer do luxo

Apenas bota e bombacha com muita simplicidade

É o campo e a cidade festejando com alegria

É raiz, não é mania

É tradição de verdade

Aceso o fogo de chão, fartura de chimarrão

De à pé ou de à cavalo o que importa é este embalo

Nos levando prá o passado, não para cantar saudade

Mas orgulho por este estado, que criou homens de verdade

Este é o dia do Gaúcho

Que ama a sua terra do jeito que ela é

Sem ligar para o que falam

É muito grande o sentimento

Que na minha alma eu trago

Estas vaneiras de gaita

É amor pelo meu pago.