Segundo Bortolotto, o estado deverá aumentar em 2,44% a área cultivada com a soja, passando de 2,46 milhões de hectares da safra 2015/2016 para 2,52 milhões de hectares no novo ciclo, 2016/2017, e repetir a produtividade média das lavouras da temporada, 3.090 quilos por hectare, o que representa 51,5 sacas por hectare. Dessa forma deverá ampliar a produção no mesmo patamar da área cultivada, ou seja, 2,44%, com o volume passando de 7,60 milhões de toneladas para 7,79 milhões de toneladas.
“Mais do que nunca o produtor vai ter que trabalhar com muita eficiência operacional. Escalonar sua produção de forma a garantir boas médias e tocar a lavoura com muito cuidado. Trabalhar em cima da rentabilidade”, diz o presidente da Aprosoja/MS, completando que o plantio só foi iniciado na fazenda em que ocorreu o ato de abertura da safra em razão da propriedade contar com sistema de irrigação, já que as condições de solo da região, devido a estiagem dos últimos dias, ainda não são favoráveis ao começo da semeadura. “Entretanto, nas outras propriedades desta região, que cultivam no sistema de sequeiro, assim que chover, os produtores vão começar a plantar, já está tudo preparado”, diz.
O presidente da Aprosoja/MS diz que nesta nova temporada houve um aumento no custo de produção projetado de 26,4% em relação a anterior, passando de R$ 2.452,00 por hectare para R$ 3.098,84 por hectare e que o percentual da produção já vendido antecipadamente está menor do que no ciclo anterior. Na safra 2015/2016, até o dia 10 de setembro, 29,7% da produção já havia sido comercializada e nesta, até o mesmo dia, o índice chegava a apenas 22,5%.
Já o secretário estadual de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Fernando Lamas, destacou durante a solenidade que o fato da abertura ocorrer em Ponta Porã tem uma simbologia muito grande e visa demonstrar a pujança da agropecuária do município de fronteira, que é o segundo maior produtor de soja do estado. Nesta temporada deve cultivar 203,2 mil hectares com a oleaginosa, o que representa um incremento de 2,44% frente ao ciclo anterior quando semeou 198,4 mil hectares.
Lamas também ressaltou que há algumas safras o volume médio de produção de Mato Grosso do Sul e de outros grandes produtores do país, como Mato Grosso, Bahia, Goias e Minas Gerais, estabilizou em torno dos 3.000 quilos por hectare, e que neste mesmo período o custo de produção vem subindo constantemente. “Sabemos que os preços têm subido e isso tem compensado em parte essa elevação dos custos de produção, mas precisamos aumentar nossa produtividade, sob pena de perdermos rentabilidade”, alertou.
O secretário revelou ainda que o governo do estado tem sido muito pressionado a liberar em Mato Grosso do Sul uma segunda safra de soja, uma safra de inverno ou safrinha, mas afirmou que é contra a medida, porque ela poderia ter um profundo impacto no controle da principal doença que ataca a soja, a ferrugem asiática. “Temos visto uma redução muito grande da eficiência dos produtos que combatem a ferrugem. Então, a liberação desta segunda safra, acabando com o vazio sanitário, poderia colocar em risco todo o sistema de produção”, alerta.
Já o presidente do sindicato rural de Ponta Porã, André Cardinal, lembrou que a escolha da fazenda Agropastoril Jotabasso para receber a abertura da safra foi estratégica, já que a propriedade vai cultivar nesta temporada 18 mil hectares com a oleaginosa, para a produção de sementes, o que representa quase 9% de toda a área plantada no município com o grão.
Segundo o diretor-superintendente da Agropastorial Jotabasso, Airton Francisco de Jesus, independente do cenário adverso para a cultura, os produtores continuam a acreditar na atividade e, por isso, a produção do estado ano a ano tem batido recordes. “A nós, cabe fazer a nossa parte. Investir em tecnologia, ampliar a produtividade das nossas lavouras e mostrar a pujança da nossa agricultura”, concluiu.