O animal positivo nas duas provas (triagem e confirmatória) foi sacrificado e então iniciado o saneamento..
Em 2015, a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal (IAGRO) foi informada, por um Laboratório Particular, sobre a ocorrência de dois equinos reagentes no exame de Fixação de Complemento (teste laboratorial para diagnóstico de mormo). Os animais eram de duas propriedades distintas que foram imediatamente interditadas e iniciou o processo de investigação pelo serviço veterinário oficial. A partir de então, foram coletadas amostras de soro desses equinos pela IAGRO e elas foram enviadas para o Laboratório Oficial de Análises do Ministério da Agricultura (LANAGRO) para realização de novo teste de Fixação do Complemento.
O resultado foi o seguinte:
– Um animal foi negativo, a propriedade liberada e a investigação encerrada;
– Outro foi positivo e a propriedade continuou em processo de investigação. O animal Positivo passou por uma prova confirmatória chamada Maleína e também foi positivo. Neste momento a propriedade foi considerada oficialmente foco de mormo. O animal positivo nas duas provas (triagem e confirmatória) foi sacrificado e então iniciado o saneamento. A partir deste fato, vem sendo coletadas amostras de sangue e feitas provas de Maleína de vários animais da propriedade foco, seguindo as regras ministeriais da INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 24, DE 5 DE ABRIL DE 2004. Acreditamos que em breve o foco seja encerrado.
Esclareço que MORMO é uma doença contagiosa que afeta equídeos e ocasionalmente humanos (em 95% dos casos levam a óbito). É causada por uma bactéria chamada Burkolderia mallei, podendo ser transmitida pela água e alimentos contaminados, contato direto com animais doentes e “tralhas”. Quando um animal entra em contato com essas fontes de infecção, pode ser infectado pela e raramente apresenta sintomas, ou seja, no aspecto visual, o equídeo está aparentemente com boa saúde, apesar de estar infectado. Quando tem sintomas apresentam febre alta, tosse, corrimento nasal, dificuldade respiratória, aumento dos linfonodos (ínguas) e ulceras pelo corpo.
Gostaria de lembrar que não existe tratamento e nem vacina para mormo em animais. Se algum equídeo for considerado positivo nos exames de triagem e confirmatório, deve ser sacrificado para não espalhar a bactéria. Por isso, a melhor maneira de prevenir o contágio é evitar aglomerações, não compartilhar tralhas, comedouros e bebedouros com outros animais e transportar somente com exame de mormo. É muito importante que o produtor rural seja parceiro do IAGRO e notifique em caso de suspeita de enfermidade. Quanto mais cedo se tiver conhecimento sobre a ocorrência da doença, mais fácil fica para controlá-la e erradicá-la.
Monique Candido / Médica Veterinária
Fiscal Estadual Agropecuário