Polícia investiga se pai de criança sabia que achocolatado era furtado

A Polícia Civil do Mato Grosso investiga se o pai do menino que morreu após beber um achocolatado envenenado em Cuiabá sabia que a bebida havia sido furtada de uma casa. Rhayron Christian da Silva Santos, de 2 anos, morreu no dia 25 de agosto uma hora após ingerir a bebida.

As investigações apontam que o achocolatado foi adulterado por Adônis José Negri, 61 anos, para se vingar de Deuel de Rezende Soares, de 27 anos, que teria furtado sua casa. Os dois moram no mesmo bairro que a família da criança e foram presos nesta quinta-feira (1).

Deuel alega que vendeu o achocolatado por R$ 10 ao pai do menino. O inquérito está na Delegacia de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da capital, sob a responsabilidade do delegado Eduardo Botelho, e deve ser concluído em até 15 dias.

“A investigação continua e, se ficar comprovado que o pai sabia que se tratava de produto de furto, ele vai ser autuado por receptação”, disse Botelho ao G1.

Adônis deverá responder por homicídio qualificado e tentativa de assassinato, e Deuel por furto qualificado. Os dois foram levados para o Centro de Ressocialização de Cuiabá, antigo presídio do Carumbé. Deuel já tem condenação na Justiça por furto.

Dois suspeitos são presos na morte de criança após beber achocolatado (Foto: Thainá Paz/ G1)
Dois suspeitos são presos na morte de criança após beber achocolatado (Foto: Thainá Paz/ G1)

Um laudo pericial apontou que o achocolatado foi envenenado. Exames feitos na bebida e com material coletado do estômago do menino comprovaram a presença de um defensivo agrícola. Adônis teria usado uma seringa para colocar o veneno.

O menino morreu aproximadamente uma hora depois de ter tomado o achocolatado, na casa da família, no bairro Parque Cuiabá. A mãe, que foi quem deu a bebida ao garoto, também tomou um pouco e passou mal, mas não chegou a ser internada. Um amigo da família que bebeu o achocolatado passou mal e foi hospitalizado.

Rhayron Christian da Silva Santos (Foto: Arquivo pessoal)
Rhayron Christian da Silva Santos (Foto: Arquivo pessoal)

Anvisa
Depois da morte do menino, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou o recolhimento e a proibição da venda do produto, da marca Itambé, em todo o território nacional. Mas, mesmo depois da confirmação de que a bebida foi envenenada, a Anvisa informou que a suspensão cautelar continua, e que a comercialização deve ficar proibida até que exames laboratoriais feitos pelo órgão comprovem que não há contaminação química.

A Vigilância Sanitária de Mato Grosso informou que a investigação sanitária prossegue e é conduzida em parceria com a Anvisa. O lote permanece interditado até publicação oficial da resolução de liberação do produto.

Itambé
A Itambé também se posicionou depois que ficou comprovado o envenenamento do produto da marca. Disse que lamenta o ocorrido, que se solidariza com a dor da família e que reforça o compromisso com os consumidores ao entregar produtos com qualidade.

 

G1 MT